Sylvio Costa
O Congresso em Foco adverte: isto não é uma matéria. É o ensaio para uma espécie de exercício prático de democracia. Não sabemos muito bem aonde ele poderá nos levar, mas, com certeza, não há possibilidade de efeitos colaterais nefastos ou de qualquer dano à sua saúde.
Tudo começou na página do Congresso em Foco no Facebook, ela própria um aprendizado que iniciamos há menos de três meses.
Dia desses, vários de nossos amigos no Facebook comentavam o trabalho desenvolvido por este site para abrir corações e mentes em relação à necessidade de vigilância sobre o Congresso Nacional e as autoridades públicas em geral quando José Carlos Salvagni perguntou: “Será que o Congresso em Foco nos ajuda a criar algum tipo de compromisso que os candidatos assumam publicamente, de legislar para que público e privado sejam efetivamente separados de alto a baixo no país, começando pela propaganda?”.
Em seguida, José Carlos lembrou que os próximos anos reservam “pelo menos três enormes janelas de oportunidades de corrupção gigantesca à frente: o pré-sal, a Copa do Mundo e as Olimpíadas”. E se prontificou a submeter aos demais interessados (a começar pelas pessoas que participavam do animado papo digital) um “texto para discussão”, a ser aprimorado por quem quiser meter a colher no assunto.
Lógico que topamos. E aqui está o texto proposto por José Carlos Salvagni.
José Carlos sugere que os candidatos a presidente da República assumam compromissos bastante concretos em relação a três temas: corrupção e desperdício de recursos públicos, gestão de grandes obras e resgate do papel fiscalizador do Poder Legislativo.
Falta agora você entrar na história. Você pode fazer isso de três maneiras: remendando o texto dele no Etherpad, comentando o que quiser aqui mesmo no site ou enviando novos textos pra gente pelo e-mail congressoemfoco@congressoemfoco.com.br. No assunto, basta pôr: compromissos candidatos. Só não dar, amiga e amigo, pra não fazer nada. Da mesma maneira que não teríamos a Lei da Ficha Limpa sem mobilização popular, são remotas as chances de os candidatos – a presidente, a governador, a senador ou a deputado – corresponderem às expectativas do eleitorado se este não disser claramente o que espera daqueles que se elegerão em outubro.
Antes de ir lá conferir o texto do José Carlos Salvagni, um rápido perfil dele. Gaúcho residente em São Bernardo do Campo (SP), ele é jornalista, formado em 1976 pela Universidade Metodista de São Paulo (Umesp). Trabalhou em grandes redações, como as dos jornais O Globo e DCI. Assessorou diversas instituições – entre as quais, o governo do estado de São Paulo, a Prefeitura de São Bernardo e a Federação dos Trabalhadores na Agricultura de SP.
Sem jamais ter pertencido a partidos políticos, em diversas oportunidades deu sua cota de contribuição cívica ao país. A mais marcante ocorreu em 1984, quando propôs e fez a caminhada pelas diretas-já de São Paulo a Brasília. Na sua companhia, estava Mário Carvalho de Jesus (falecido em 1995), líder da esquerda católica, do Movimento Justiça e Não-Violência e advogado trabalhista que ajudou a criar vários sindicatos operários. Um deles, dos metalúrgicos de São Bernardo, no qual Lula projetou-se publicamente e iniciou a trajetória que o levaria ao Palácio do Planalto.
Deixe um comentário