A Câmara Municipal de Garanhuns (PE) rejeitou nesta quarta-feira (27), por 12 votos a 2, a concessão de uma homenagem ao presidente Jair Bolsonaro (PL). Os vereadores vetaram a entrega ao presidente da medalha ao mérito Osvaldo Ferreira da Silva, destinada a políticos com relevantes serviços prestados à cidade. O resultado reflete a pressão feita nas redes sociais por moradores do município, terra natal do ex-presidente Lula (PT), contra a condecoração do presidente. A maioria dos parlamentares entendeu que Bolsonaro não fez nada de relevante para Garanhuns.
A honraria foi proposta pelo vereador Thiago Paes, do PL, mesmo partido de Bolsonaro, e aliado do ex-ministro do Turismo Gilson Machado (PSC), pré-candidato ao Senado. Em seu pronunciamento, Thiago não defendeu o projeto, alegando que havia um “jogo de cartas marcadas” pela rejeição da medalha. O vereador ainda acusou colegas de faltarem com a palavra por votarem contra a homenagem.
Vários vereadores discursaram contra a homenagem. “Não tem o que se falar e discutir. Quando Vossa Excelência, que propôs o projeto, não o defende, não tem o que fazer. Esse cidadão não merece do povo de Garanhuns essa vergonha de dar medalha ao mérito para ele”, discursou a vereadora Fany Bernal (PT).
“[A medalha] não pode ser utilizada de modo irresponsável por uma pessoa que, com sua descrença à ciência, atrasou a chegada da vacina e fez com que mais de 600 mil pessoas morressem em nosso país. Um genocida”, acrescentou a parlamentar, que ainda leu uma carta enviada pela filha de Osvaldo Ferreira, rejeitando a concessão da medalha que leva o nome do seu pai, um ex-vereador, a Bolsonaro.
O município é governado pelo prefeito Silvado Albino, do PSB, partido aliado do PT na eleição presidencial e em Pernambuco. Em 2018, no segundo turno, o petista Fernando Haddad teve ampla vantagem sobre Bolsonaro (72,22% contra 27,78%).
A terra natal de Lula é Caetés, não Garanhuns.