A seleção brasileira não levou o hexa, mas o seu técnico, certamente, ganhou destaque pela forma como conduziu a comunicação do time e a sua própria.
É comum em grandes eventos esportivos que ações de marcas e de marketing roubem a cena da comunicação. Não foi o caso desta Copa. O técnico da seleção brasileira brilhou. Dono de uma empatia peculiar, Tite mostrou excelente performance como líder comunicador. Colocou por terra os estereótipos de tropeços de outros técnicos na arena da comunicação. Foi assertivo, seguro, tranquilo e soube passar mensagens-chave com elegância. Não caiu em provocações e foi hábil nas respostas sobre temas sensíveis.
Um dos pontos altos foi na entrevista da Fifa logo após o jogo contra o México. Ao ver um jornalista questionar Neymar sobre as críticas feitas pelo técnico mexicano, Tite, num lance rápido, não deixou o atacante responder e evitou uma crise que estava se anunciando: “Com licença. As hierarquias se mantêm. Técnico fala com técnico”, afirmou, ao explicar porque iria falar em lugar de Neymar. “Eu não vou responder ao Osorio (…) Todas as pessoas que estão assistindo tirem a conclusão. O vídeo está aí”, completou. Tite conseguiu a proeza de ser elegante até mesmo na última entrevista depois da derrota para a Bélgica. Firme, focou nos detalhes sobre a qualidade técnica do jogo, impedindo que o clima de tragédia tomasse conta do ambiente. Olhando para os repórteres, resumiu, sem disfarçar seus sentimentos: “É muito duro falar dessa forma aqui, mas foi um puta jogo. Duas qualidades técnicas, duas equipes impressionantes! Com toda a dor que estou sentindo, com todo o amargo, com toda a dificuldade de vir falar com vocês, eu tenho o discernimento: quem gosta de futebol bem jogado vai assistir a esse jogo e vai ter prazer.” Mesmo com o sonho do hexa desfeito para 2018, Tite foi convidado a permanecer no comando da equipe.
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Normas de uso das redes sociais são cada vez mais necessárias
A expansão global das redes sociais e seu imenso poder de conectar pessoas, ideias, fatos e opiniões torna relevante a orientação sobre o uso correto dessas plataformas. Há poucos dias, o Grupo Globo incluiu em seus Princípios Editoriais novas diretrizes relacionadas ao comportamento de seus jornalistas diante das redes sociais. A orientação geral é que os profissionais tenham compromisso com a correção e a isenção jornalística, evitando tudo o que possa comprometer essa percepção.
Até o Vaticano dedicou o vídeo mensal de junho ao tema, com orientações do Papa Francisco aos fieis católicos. Ao enaltecer as oportunidades de “alargamento das relações” proporcionadas pelas novas formas de comunicação, o Papa reza para que “as redes digitais não anulem a personalidade de cada pessoa, mas seja espaço de solidariedade”. Um mês antes, o Papa havia divulgado alertas às freiras enclausuradas para que não exagerem nas postagens.
Polêmica em torno das redes sociais coloca em debate a liberdade de expressão
A ausência de um regramento sobre os limites da liberdade de expressão tem provocado ações na justiça e nas entidades de classe. O Ministério Público é um dos mais visíveis exemplos. Seguidamente, procuradores e promotores expõem nas redes pensamentos pessoais sobre temas jurídicos, causando desconforto às instâncias superiores. O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) apura infração disciplinar cometida pela procuradora da República Monique Cheker, ao tecer comentários negativos sobre o Supremo Tribunal Federal (STF).
Quem também responde a esse tipo de questão no âmbito do CNMP são o procurador da República Deltan Dallagnol e o promotor goiano Fernando Krebs. Em maio, o Conselho arquivou processo contra o procurador Carlos Fernando por referências ao presidente Michel Temer. O assunto foi tema de debates na Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp).
Marinha tailandesa dá exemplo de uso de redes sociais no resgate dos meninos
O mundo comemorou o êxito da operação de salvamento dos meninos e do técnico tailandês que ficaram dias presos na caverna Tham Luang. Agora, com os garotos em recuperação num hospital, começam a ser conhecidos os detalhes desse resgate e as pessoas que participaram como voluntárias.
Foi uma gestão de risco, uma operação de vida ou morte. Envolveu mais de mil militares e contou com a equipe de elite da Marinha da Tailândia, o SEALs, sigla para equipe de ataque de terra, água e ar. Foi também um caso de boa gestão das redes sociais e de aproveitamento de seu enorme potencial. A cada menino retirado com sucesso da caverna, o perfil das redes sociais da Marinha tailandesa postava um “hooyah”. A expressão é usada pela Marinha americana como uma forma de celebração. No resgate na Tailândia a palavra virou código de salvamento de vida.
A expressão “hooyah” fez tanto sucesso que jornais britânicos apostam que pode vir a ser a palavra do ano. O perfil do SEALs nas redes sociais se transformou na principal plataforma sobre a operação. Na terça-feira (10/07), quando os últimos quatro garotos e o treinador se preparavam para deixar a caverna, o perfil publicou a imagem de diversos javalis e curiosidade sobre os animais. “Enquanto esperamos que todos os javalis saiam, por que não relaxamos um pouquinho?” O nome do time dos meninos é Moo Pa (javalis selvagens).
É um caso raro de aproveitamento positivo do potencial das redes sociais para aproximar as pessoas, emocionar e envolver numa corrente de solidariedade. É também um bom exemplo de correto uso de mídias sociais em tempos de ódio e intolerância.
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