O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), alvo de busca e apreensão nesta quinta-feira (25) em operação da Polícia Federal (PF), negou as acusações de esquema de espionagem montado pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Diretor geral do órgão durante o governo Bolsonaro, o parlamentar disse à Globonews que a ação se trata de uma “salada de narrativas superadas”.
Segundo investigação da PF, a Abin monitorou diferentes políticos e autoridades ilegalmente entre 2019 e 2021. A Operação Vigilância Aproximada, que dá continuidade às investigações da Operação Última Milha, ainda aponta que o sistema First Mile, da Abin, foi usado para beneficiar os filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro, Renan Bolsonaro e o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).
Ramagem explicou que, após ser surpreendido pela operação de busca e apreensão no apartamento funcional e no gabinete, não prestou depoimento. “Não tinha intimação para o meu interrogatório, não quiseram a minha oitiva”. Ele ainda disse que não teve acesso à decisão judicial naquele momento, só depois por meio da mídia. “Quando eu tive acesso aos autos, vi uma salada de narrativas superadas para imputar [crimes] no nome da gente, mas sem um conjunto probatório”, disse o deputado.
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- Leia aqui a íntegra da decisão de Moraes que permitiu a busca e apreensão contra o atual deputado.
Em relação às acusações contidas na decisão assinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, Ramagem negou a instrumentalização da Abin e defendeu a independência dos departamentos do órgão. Ele disse que os aparelhos apreendidos pela PF estão sem utilização há mais de três anos e não têm contato com os sistemas da Abin.
“Os departamentos são independentes para fazerem seus trabalhos de inteligência”, argumentou o deputado sobre as personalidades alegadamente espionadas pela Abin. Apesar de ter sido diretor do órgão, Ramagem disse: “Nós da direção da Polícia Federal, policiais federais que estavam comigo, nunca tivemos a utilização, gestão ou senha desses sistemas”. Ele também negou ter continuado recebendo informações da Abin após ter deixado o cargo
Quanto às alegações de beneficiar Renan e Flávio Bolsonaro, o parlamentar explicou que a Abin apenas verificou quem estava usando o carro atribuído a Renan na acusação de tráfico de influência. Já sobre o monitoramento da promotora Simone Sibilio, ex-coordenadora das investigações da morte de Marielle Franco, ele apenas se eximiu da responsabilidade, inferindo que a PF deve achar quem colocou o currículo no sistema do
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