A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) monitorou a promotora Simone Sibilio, ex-coordenadora das investigações da morte de Marielle Franco. A informação consta em decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre o caso de espionagem ilegal.
Segundo o documento, a Polícia Federal que a Abin sob o comando do então diretor-geral e hoje deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), trabalhava para o “extrato político nacional” e tinha uma estrutura paralela para prestar serviços.
Segundo Moraes, “ficou patente a instrumentalização da ABIN, para monitoramento da Promotora de Justiça do Rio de Janeiro e coordenadora da força-tarefa sobre os homicídios qualificados perpetrados em desfavor da vereadora MARIELLE FRANCO e o motorista que lhe acompanhava ANDERSON GOMES”.
No mesmo trecho, a Procuradoria Geral da República (PGR), afirma que havia uma “Abin paralela” e que essa estrutura era “utilizada para colher dados sensíveis sobre autoridades e agentes políticos relevantes.”
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Entre outros nomes que foram monitorados estão o então governador do Ceará e atual ministro da Educação, Camilo Santana, e do então presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia. Além deles, a então deputada Joice Hasselman e o advogado Roberto Bertholdo também foram monitorados com software espião de forma ilegal.
Leia aqui a íntegra da decisão de Moraes, dada no contexto da operação da PF que mirou Ramagem nesta quinta-feira (25).
A Operação Vigilância Aproximada apura um esquema de espionagem montado na Abin para monitorar, ilegalmente, autoridades públicas e cidadãos comuns. É uma continuação das investigações da Operação Última Milha, deflagrada em outubro do ano passado.
A decisão, no entanto, não cita os nomes das autoridades que foram monitoradas ilegalmente, ou seja, sem uma decisão judicial, por parte da Abin de 2019 a 2021, no governo de Jair Bolsonaro (PL).
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