O ex-policial militar Ronnie Lessa disse em seu processo de delação que Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE), foi um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco. As informações foram publicadas pelo site The Intercept, que conversou com pessoas ligadas à investigação.
Segundo o Intercept, a informação foi dada por Lessa para a Polícia Federal. O ex-policial fez um acordo de delação premiada, que está em análise para homologação no Superior Tribunal de Justiça. Como conselheiro do TCE, Brazão tem foro privilegiado.
O Congresso em Foco entrou em contato com o TCE e com o gabinete do conselheiro no órgão sobre o caso. No entanto, até a publicação desta reportagem, não obteve respostas. O espaço segue aberto.
Ex-filiado ao MDB, Brazão já havia sido citado nas investigações da morte de Marielle. Ex-filiado ao MDB, o conselheiro do TCE já foi temporariamente afastado do cargo em meio a uma investigação por suspeita de fraude. Antes disso, foi deputado estadual no Rio.
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A então vereadora Marielle Franco e Anderson Gomes foram assassinados em um atentado em 2018. No ano seguinte, A Procuradoria Geral da República indicou que Brazão tentava obstruir as investigações sobre o caso. A denúncia, no entanto, foi rejeitada pela Justiça do Rio.
Segundo o Intercept, a principal hipótese para a motivação para Brazão ter supostamente ordenado o assassinato de Marielle foi a ligação da vereadora com Marcelo Freixo, atual presidente da Embratur.
Filiada ao Psol, Marielle foi eleita como defensora de pautas ligadas à inclusão social, mas começou sua carreira política no enfrentamento às milícias. Ela foi assessora de gabinete de Freixo na época em que este assumia o cargo de deputado estadual no Rio de Janeiro. Como parlamentar, Freixo presidiu a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Milícias na Assembleia do Rio.
Brazão foi citado no relatório final da CPI. O conselheiro do TCE faz parte de uma importante família política no Rio de Janeiro.
A delação de Ronnie Lessa se seguiu a de Élcio de Queiroz, também preso por suposto envolvimento na morte de Marielle. Em 2023, Élcio deu detalhes sobre o atentado e a preparação para o assassinato.
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