O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi intimado pela Polícia Federal (PF) para prestar depoimento nesta quinta-feira (22). A ação faz parte da Operação Tempus Veritatis que apura organização criminosa que atuou na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito, para obter vantagem de natureza política com a manutenção no poder do ex-chefe do Executivo.
A PF, além de investigar Bolsonaro, os ex-ministros Braga Netto, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira e Anderson Torres e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, também investiga a sigla. Segundo decisão de Moraes, o partido foi peça atuante na tentativa de golpe. Inclusive, um documento justificando a decretação de estado de sítio e garantia da lei e da ordem foi encontrado na sede do PL.
Ainda de acordo com investigações da PF, Jair Bolsonaro pediu alterações na minuta do golpe. Inicialmente, o texto previa a prisão dos ministros do STF Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Bolsonaro, porém, pediu alterações, mantendo apenas a prisão de Moraes
Além disso, como parte das investigações, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou a publicação da gravação de reunião ministerial coordenada pelo ex-presidente em 5 de julho de 2022. Conforme a delação do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, este foi o momento em que o então líder do Executivo ordenou a colaboração na campanha de sabotagem ao sistema eleitoral.
No vídeo apreendido pela PF no computador pessoal de Cid, Bolsonaro relatou sofrer pressão de militares para não permitir que opositores assumissem o governo e que o país se tornaria uma “grande guerrilha” em caso de vitória do então candidato e atualmente presidente Lula.
“Nós sabemos que se a gente reagir depois das eleições vai ter um caos no Brasil, vai virar uma grande guerrilha, uma fogueira no Brasil. Agora, alguém duvida que a esquerda, como está indo, vai ganhar as eleições? Não adianta eu ter 80% dos votos. Eles vão ganhar as eleições”, disse Bolsonaro na ocasião.
Em meio às investigações da Polícia Federal, o ex-presidente convocou apoiadores para manifestação na Avenida Paulista, em São Paulo, no próximo domingo (25). Segundo Jair Bolsonaro, a manifestação será um “momento sério, disciplinado pelo Estado Democrático de Direito e pela liberdade”, sem faixas e cartazes.
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