O então presidente Jair Bolsonaro (PL) teve atuação direta no suposto planejamento de um golpe de Estado, segundo as investigações da Polícia Federal. A corporação indica que o conteúdo da minuta de golpe apresentada aos comandantes das Forças Armadas foi definido pelo então chefe do Executivo.
Inicialmente a minuta foi apresentada por Filipe Martins, ex-assessor de Bolsonaro. O texto previa a prisão dos ministros do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, além do presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Mas Bolsonaro pediu alterações e a versão final manteve somente a prisão de Alexandre.
“O então Presidente JAIR BOLSONARO teria solicitado a FILIPE MARTINS que fizesse alterações na minuta, tendo o mesmo retornado alguns dias depois ao Palácio do Alvorada e alterado o documento conforme solicitado”, diz manifestação da PF citada por Moraes em decisão que autorizou a operação desta quinta-feira (8). “Após a apresentação da nova minuta modificada, JAIR BOLSONARO teria concordado com os termos ajustados e convocado uma reunião com os Comandantes das Forças Militares para apresentar a minuta e pressioná-los a aderirem ao Golpe de Estado.”
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A prisão de Alexandre de Moraes seria para “restringir a atuação do Poder Judiciário”. O ministro do STF também é presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A minuta também incluía a intenção de chamar novas eleições, com a alegação de fraude no processo eleitoral.
De acordo com as investigações, o núcleo do governo Bolsonaro atuou no “planejamento e execução de atos tendentes à subversão do Estado Democrático de Direito, por meio de um golpe Militar” para “impedir a posse do Presidente legitimamente eleito [Lula]”.
Bolsonaro foi proibido de manter contato com outros investigados e de sair do país, tendo que entregar seu passaporte no prazo de 24 horas.
Operação da PF
A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (8) a Operação Tempus Veritatis para apurar organização criminosa que atuou na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito, para obter vantagem de natureza política com a manutenção no poder do então presidente Jair Bolsonaro. É a operação da PF sobre a tentativa de golpe que mais se aproxima da cúpula política do antigo governo.
Entre os alvos, estão o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados, como os ex-ministros Braga Netto, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira e Anderson Torres e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto.
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