Segundo investigações da Polícia Federal, integrantes do alto escalão do governo de Jair Bolsonaro (PL) monitoram o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. O monitoramento teria sido feito como parte de um plano para dar um golpe de Estado no Brasil.
As informações constam na decisão de Moraes que autorizou a operação da PF contra Bolsonaro e nomes próximos ao ex-presidente. De acordo com a PF, houve monitoramento de 14 de dezembro de 2022 a 31 de dezembro do mesmo ano.
“A análise dos dados confirmou que o Ministro ALEXANDRE DE MORAES foi monitorado pelos investigados, demonstrando que os atos relacionados à tentativa de Golpe de Estado e Abolição do Estado Democrático de Direito, estavam em execução.”
Leia aqui a íntegra da decisão de Moraes que autorizou a operação contra Bolsonaro.
Ainda de acordo com as investigações da PF, o monitoramento de Moraes se deu porque no suposto plano de golpe de Estado estaria a prisão do ministro do STF e presidente do Tribunal Superior Eleitoral. A prisão seria para “restringir a atuação do Poder Judiciário”.
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O plano de prisão teria sido indicado na minuta de golpe apresentada pelo ex-assessor de Bolsonaro Filipe Martins. Além da prisão de Moraes, foi considerada também a possibilidade de prender o ministro do STF Gilmar Mendes e o presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). No entanto, depois de uma revisão, a prisão de ambos teria sido retirada da minuta de golpe, segundo a PF.
Operação da PF
A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (8) a Operação Tempus Veritatis para apurar organização criminosa que atuou na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito, para obter vantagem de natureza política com a manutenção no poder do então presidente Jair Bolsonaro. É a operação da PF sobre a tentativa de golpe em 8 de janeiro de 2023 que mais se aproxima da cúpula política do antigo governo.
Entre os alvos, estão o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados, como os ex-ministros Braga Netto, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira e Anderson Torres e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto.