Ao lado do presidente Jair Bolsonaro em live semanal, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse que há “problemas pontuais” na gestão ambiental brasileira. “Se aplicar a legislação de área de preservação permanente na Europa, vai ter problema. (…) Aqui no Brasil tem reserva legal, tem APP, tem muita coisa que o Código Florestal protege e que o agricultor, em geral, segue. Tem problemas pontuais? Tem. Mas em geral, é a agricultura que é o grande defensor do meio ambiente. O problema ambiental está nas cidades, o problema é urbano.”
Segundo Salles, são propagadas mentiras sobre a devastação da Amazônia e sobre o desmonte de órgãos de proteção ambiental.“Nós é que recebemos o sistema de proteção ambiental da Amazônia desmontado”. O ministro também negou que o governo imponha um sistema econômico na região. Ele alegou que a produção agrícola e a exploração mineral são demandas locais.
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Sobre a imagem negativa do Brasil no exterior, Salles afirmou que organizações e acadêmicos se queixam porque o governo “fechou a torneira”. “A política da Amazônia era a política do avestruz, enfia a cabeça no chão e finge que não existe.”
Fogo na Amazônia e no Pantanal
“Obviamente a esquerda se aproveita disso e me acusa de estar tocando foco lá ou de não estar tomando providências para apagar”, disse Bolsonaro sobre as queimadas na Amazônia e no Pantanal. Ao repetir que “índios” e caboclos são responsáveis por incêndios florestais, Bolsonaro disse que não é possível mudar a cultura da região.
“Tem uma cultura regional, é o índio que toca foco no roçado, o caboclo também”, repetiu Bolsonaro citando discurso feito esta semana na abertura da 75ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).
Bolsonaro também repetiu que há ataques e campanha de desinformação contra o governo brasileiro motivada por interesses econômicos, dado que o Brasil tem muitas commodities. “Países fazem uma campanha massiva contra o Brasil nos acusando de sermos os terroristas ambientais.”
Ele também afirmou que a discussão sobre reservas indígenas é “polêmica” e voltou a dizer que gostaria que o índio tivesse mais liberdade sobre o uso da terra, inclusive para exploração mineral. “As grandes reservas indígenas [são] áreas em que é quase impossível nós fiscalizarmos”, disse ele.
Salles pontuou que o indígena, ao poder executar essas ações, vai seguir as mesmas normas ambientais, tais como licenciamento. “Não é um liberou geral. Agora, proibir tudo e absolutamente é um convite à ilegalidade, porque o sujeito não vai passar o resto da vida fingindo que não pode fazer nada na terra dele.”
Efeito estufa
“Nós não somos os vilões das emissões de gases de efeito estufa”, disse o ministro Salles. “Essa questão do aquecimento global é culpa dos países desenvolvidos. Nós não somos os responsáveis pelas emissões no mundo. Nós não somos vilões da questão climática, de jeito nenhum”, reiterou.
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Sabe como se mente dizendo verdades pontuais? Nesta entrevista. É verdade que a queimada do solo preparando-o para agricultura – coivara – é sim, bastante praticada por indígenas e caboclos e pequenos proprietários em geral, M A S por isso mesmo não é um problema apenas local, como diz Salles, ele é geral e quando bem capitalizado, este agricultor, já de grande porte para os padrões do centro-sul, repete a mesma tática gerando um arco de desmatamento em torno da Amazônia Legal. Dizer que não há o que fazer é reconhecer que não serve como Ministro do Meio Ambiente, assim como não deve ter servido como Secretário do Meio Ambiente em São Paulo, já que “o problema (ambiental) é urbano” por conta do saneamento básico, e ele não foi capaz de estabelecer um plano para despoluição do Rio Tietê.
Um dos maiores problemas é o próprio salles.