Os profissionais de saúde contratados em 2 de março como residentes para atuar no combate à pandemia de covid-19 decidiram hoje entrar em greve porque estão há dois meses sem receber salário. Eles fazem uma jornada semanal de 60 horas de trabalho, em regime de dedicação exclusiva, e recebem uma bolsa mensal no valor líquido de aproximadamente R$ 2,8 mil, paga pelo Ministério da Saúde.
Atuam como residentes cerca de 10 mil profissionais, incluindo médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, farmacêuticos, nutricionistas, psicólogos e assistentes sociais. Grande parte deles jamais recebeu nenhum centavo. A maioria também aguarda o pagamento da bonificação extra de R$ 667 mensais prometida pelo governo Bolsonaro.
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Na manhã de hoje, dezenas de residentes fizeram uma manifestação em frente ao prédio do Ministério da Saúde (MS), em Brasília. O Congresso em Foco esteve lá e entrevistou a residente Larissa Alencar. Ela disse que os profissionais tentam negociar uma solução com o MS e não retornarão ao trabalho “até que esse problema seja resolvido”.
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Segurança no trabalho é outro tema que preocupa os residentes, que trabalham em muitos casos sem os equipamentos de proteção individual (EPIs) adequados.
Em nota, o Ministério da Saúde afirmou que o atraso nos pagamentos das bolsas é devido a erros e “inconsistência” nos dados fornecidos pelos residentes ou universidades durante a realização dos cadastros. A pasta também informou que até o dia 15 (sexta), a situação será regularizada.
Leia a íntegra da nota enviada pelo Ministério da Saúde:
” O Ministério da Saúde, através da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação em Saúde (SGTES), vem a público ratificar seu compromisso com a regularidade dos pagamentos de bolsas concedidas para Programas de Residência Médica e Residência em Área Profissional da Saúde, através da adoção de procedimentos internos que minimizam a inconsistência de informações nos cadastros realizados pelos próprios residentes e ou instituições de ensino.
Atualmente o Ministério da Saúde financia o total de 22.302 bolsas, sendo 13.496 de Residência Médica e 8.806 de Residência em Área Profissional da Saúde. Deste total, 10.520 são de residência em primeiro ano (R1) e cujos 4.199 cadastros iniciais apresentam inconsistência nas informações transmitidas, representando o quantitativo das bolsas em atraso. A maior parte, em decorrência de erro no dígito verificador da conta bancária ou CPF inválido do residente.
Após identificar a inconsistência de informação, uma notificação é enviada para o residente/instituição de ensino, solicitando a regularização dos dados. Intensificando esforços como esse para remediar os erros informados nos cadastros, o Ministério da Saúde compromete-se a regularizar a situação dos atrasos constatados, ante a efetivação dos pagamentos das bolsas aos residentes, até o próximo dia 15 de maio.”
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Que bagunça, que coisa mais triste! Que governo!