Se a indicação do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente da República, Jair Bolsonaro, para a vaga de embaixador do Brasil nos EUA se concretizar, caberá à Comissão de Relações Exteriores do Senado analisar a mensagem presidencial e sabatinar o parlamentar. O presidente da Comissão, senador Nelsinho Trad (PSD-MS), adiantou ao Congresso em Foco que não vê caracterização de nepotismo na possível indicação, mas argumenta que a indicação vai entrar na fila da pauta do colegiado.
“Nepotismos se caracteriza para cargos da execução direta orçamentária, como ministro da Saúde, ministro da Agricultura, ou seja, da atividade direta; esta questão [de embaixador] é uma indicação meramente política e já teve precedentes em relação à isso. Então isso já foi consultado com certeza, ele não ia expor o nome do rapaz [Eduardo Bolsonaro] sem essa consulta prévia”, afirma Nelsinho Trad, presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado.
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A comissão tem quatro indicações para embaixadas aguardando data para sabatina, o que só deve ocorrer no segundo semestre, depois do recesso parlamentar. No plenário do Senado, outras duas indicações que já passaram por sabatina aguardam votação, para a embaixada do Marrocos e da Grécia.
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Trad convocou uma reunião para esta quarta-feira (17), para a leitura dos relatórios das indicações para as embaixadas do Brasil na Romênia, na Hungria, Singapura e Malásia, mas o início do recesso deve dificultar o quórum na comissão. O indicação mais antiga chegou ao Senado no dia 9 de maio. O senador não vê chances da possível indicação de Eduardo Bolsonaro furar a fila.
“Vai ficar na fila, nós temos quatro pendências para terminar o semestre, marcamos sessão para ler os relatórios, se esses quatro não terminarem agora, eles terão precedência no início do próximo semestre. Vamos tentar [ter quórum] porque a reunião estava marcada antes de rolo”, menciona o senador.
Jair Bolsonaro confirmou a intenção de indicar seu filho para a embaixada do Brasil nos EUA na última sexta-feira, mas a indicação ainda não foi formalizada em mensagem presidencial ao Congresso. Questionado sobre isso nesta terça-feira (16), o presidente desconversou, comentando as credenciais de Eduardo Bolsonaro para o cargo. “Eduardo é meu filho… fala inglês, fala espanhol, tem uma vivência internacional muito grande. E frita hambúrguer também, tá legal?”, afirmou o presidente.
Trad não acha que a aprovação do nome do filho do presidente para o cargo embaixador pode ser usado como moeda de troca em meio às negociações da reforma da Previdência. Ele também não arriscar adiantar a tendência do membros da comissão. “Como o anúncio foi feito logo depois que a gente entrou em recesso, não deu para a gente medir dessa situação, ainda estamos na expectativa de retomada dos trabalhos para fazer uma aferição mais precisa”, disse Nelsinho Trad.
As votações para este de indicação tanto na comissão como no plenário do Senado são secretas.
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Indicar o próprio filho não é nepotismo, caixa dois não é corrupção, flavinho não pode ser investigado e há justiça no Brasil….e viveram felizes para sempre… . O Brasil entrando na idade das trevas novamente.
Sou bolsonarista, mas tenho minhas dúvidas se Eduardo Bolsonaro é qualificado para esse posto diplomático tão importante.
Por outro lado, diplomatas esquerdistas, N Ã O!!!
Eles têm de ser de direita.
Diplomata não tem que ter ideologia nenhuma a não ser executar o que o governo ordena. Não é bom um diplomata ser amigo do mandante do outro país. Cabe uma distância correta e funcional. Ele tem que representar os interesses do Brasil e não do outro país!