Um dia após fazer cobranças aos seus ministros, o presidente Lula recebe nesta terça-feira (19), a partir das 16 horas, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, alvo de ataques do Centrão e de setores do PT. Nísia fez um relato das ações do governo e, em tom de desabafo, reclamou das pressões que têm recebido e chorou durante sua fala. Ela deixou a sala para se recompor. Na volta, ouviu mais cobranças de Lula, que se queixou dos resultados apresentados até o momento pela pasta em relação ao combate à epidemia de dengue e à saúde do povo yanomami. O presidente ressaltou que ela é ministra da sua cota e não será demitida, a despeito de qualquer pressão pelo cargo.
A ministra também exonerou o secretário de Atenção Especializada à Saúde, Helvécio Magalhães. A exoneração foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira (19). Ela também demitiu o diretor do Departamento de Gestão Hospitalar, Alexandre Telles. O diretor do Departamento de Atenção Hospitalar, Domiciliar e de Urgência, Nilton Pereira, deve assumir a secretaria. As trocas se deram depois que o Fantástico exibiu, no domingo (17), condição precária de hospitais federais no Rio de Janeiro.
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Na reunião ministerial, a ministra contou que enfrenta dificuldade para encontrar pessoas para o comando das unidades e que as mudanças que fez nos postos desagradaram ao PT do Rio de Janeiro. A expectativa é que Lula reforce, no encontro de hoje, sua confiança no trabalho de Nísia. Partidos do Centrão ambicionam a pasta da Saúde, que tem um dos maiores orçamentos da Esplanada do Ministério, com R$ 218,3 bilhões previstos para 2024.
Segundo Lula, é preciso melhorar a comunicação na Saúde. Na avaliação do presidente, passou-se a impressão equivocada à população de que haveria doses contra a dengue em todo o país. Ele ressaltou que não se pode prometer aos cidadãos aquilo que o governo não tem condições de cumprir.
Ainda na reunião ministerial, os ministros Paulo Pimenta (Comunicação Social) e Ricardo Lewandowiski (Justiça) também deram explicações sobre suas áreas. Lula tem reclamado que falta ao governo comunicar melhor à população as realizações do Executivo. Já o ministro da Justiça falou sobre os problemas ocasionados com a fuga de dois presos na penitenciária de segurança máxima de Mossoró (RN). Até hoje eles não foram encontrados.
Paulo Pimenta afirmou que a comunicação é complexa e que está em andamento uma licitação em sua pasta para fazer monitoramento de redes. Ele destacou os desafios de fazer uma comunicação segmentada e regionalizada e pediu apoio aos colegas dos demais ministérios para apresentar melhor à população as entregas feitas pelo governo.
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