Encerrando sua agenda de compromissos pela Europa, o presidente Lula (PT) participou nesta quarta-feira (26) de uma reunião com o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez. Após o encontro no Palácio Moncloa, na capital Madrid, Lula discursou em uma coletiva de imprensa e abordou a guerra entre Ucrânia e Rússia, assunto em alta desde que fez declarações que não foram bem recebidas internacionalmente.
“Não cabe a mim decidir a quem pertence a Crimeia. Isso tem que ser decidido pela Rússia e pela Ucrânia. O que eu sei é que tem que parar essa guerra, pois o dado concreto é que pessoas estão morrendo”, afirmou o presidente brasileiro. “Não adianta ficar dizendo quem está certo ou errado, o que precisa é fazer a guerra parar”, frisou.
Durante sua passagem pelos Emirados Árabes Unidos, o petista afirmou que os Estados Unidos e a Europa contribuem para a continuidade da guerra entre Rússia e Ucrânia. Lula também afirmou que o presidente russo, Vladimir Putin, e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, não tomavam iniciativas para encerrar o conflito.
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Lula fez as declarações ao defender a criação de um “G20 pela paz”, um grupo político-econômico para debater questões como guerras, violência e taxas de juros. Nesta quarta-feira, ele defendeu novamente a criação do grupo e criticou a atuação do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).
“A ONU deveria ter feito várias reuniões extraordinárias para tentar resolver esse problema, mas não o fez. Estamos num mundo muito esquisito, em que países que decidem no Conselho de Segurança são os maiores fabricantes de armas e os que fazem guerras”, destacou.
O presidente citou países como Espanha, Japão, Alemanha, Índia, Nigéria, Egito e África do Sul que, assim como o Brasil, não são membros permanentes do Conselho de Segurança e questionou se não caberia a eles “fazer uma mudança”. Precisamos construir um novo mecanismo internacional que faça a coisa diferente. Acho que tá na hora da gente começar a mudar as coisas e tá na hora da gente criar um tal de G20 da Paz, que deveria ser a ONU”, completou.
O presidente brasileiro firmou três acordos com o primeiro-ministro espanhol nas áreas de Educação, Tecnologia e Trabalho. Após o evento, Lula seguiu para um almoço com o rei da Espanha, Felipe VI. Ele deve retornar ao Brasil ainda no início da tarde desta quarta-feira.
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