Há 21 dias sem titular, o Ministério da Saúde mudou o horário de divulgação dos boletins diários sobre a covid-19 e tem divulgado os números às 22 horas. Em apenas quatro dias, o mês de junho já contabiliza 4.707 mortes e 100.741 novos casos confirmados do novo coronavírus.
Ontem, com 1.473 óbitos pela covid-19, o país registrou novo recorde diário de mortes, mais de um por minuto. Ao todo, são 34.021 mortes.
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Na gestão de Luiz Henrique Mandetta, os números eram apresentados às 17 horas, e detalhados em coletivas de imprensa diárias realizadas na sede da pasta ou no Palácio do Planalto. Com a saída de Mandetta e substituição por Nelson Teich, a divulgação passou para as 19 horas.
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Em nota à imprensa para esclarecer o atraso na divulgação das atualizações, a pasta informou que, ao consolidar as informações das secretarias estaduais e municipais de saúde, em alguns casos encontra necessidade de checagem junto aos gestores locais. Os dados desta sexta-feira (5) serão novamente divulgados às 22 horas.
O atraso na divulgação de boletins epidemiológicos foi uma ordem direta do presidente Jair Bolsonaro, com o objetivo evitar que os dados estejam disponíveis no horário dos telejornais noturnos, período em que as televisões têm maior audiência.
“Acabou matéria no Jornal Nacional”, disse o presidente nesta sexta-feira (5), na saída do Alvorada.
Além do horário, a forma de comunicação sobre o avanço da covid também sofreu ajustes na atual gestão do general Eduardo Pazuello. As redes sociais oficiais do Ministério da Saúde e da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) adotaram um novo tom, ocultando os balanços negativos.
A Secom passou a divulgar um “Placar da vida”, que traz o número de infectados pelo coronavírus no país, pacientes curados e em recuperação, omitindo o número de mortes. O painel com os números gerais e por estado divulgado pela Saúde também foi reajustado. Na nova forma de divulgação, o número de mortos ficou em segundo plano.
Mudanças no quadro da pasta
Na quinta-feira (4), o ministro interino da Saúde exonerou os responsáveis por uma nota técnica que defende a continuidade de programas públicos de saúde da mulher como orientações sobre aborto e métodos contraceptivos, mesmo durante a pandemia. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União.
Também nesta semana, o Centrão conseguiu emplacar um representante na pasta, o professor Arnaldo Correia de Medeiros, que assume o comando da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde. O cargo estava vago desde o dia 25 de maio, quando saiu Wanderson Oliveira, remanescente da gestão Mandetta.
O secretário nomeado nesta sexta foi apadrinhado pelo líder do PL na Câmara, deputado Wellington Roberto (PB). Arnaldo Correia de Medeiros foi professor do Centro de Ciências Médicas da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e já dirigiu o Hospital Universitário da instituição.
Leia a nota divulgada pela pasta:
O Ministério da Saúde informa que os dados de casos e óbitos são informados pelas secretarias estaduais e municipais de saúde, que também possuem sistemas próprios de divulgação destas informações, em plataformas públicas.
Assim, a pasta analisa e consolida os dados, sendo que em alguns casos há necessidade de checagem junto aos gestores locais. Desta forma, o Ministério da Saúde tem buscado ajustar a divulgação dos dados, que são publicados diariamente na plataforma covid.saude.gov.br.
Nesta sexta-feira (5), o horário de divulgação do boletim do Ministério da Saúde será as 22h.
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No momento não temos mais Ministério da Saúde, nem ministro.