O deputado Arthur Lira (PP-AL) deve lançar oficialmente nesta quarta-feira (9) sua candidatura à presidência da Câmara. Lira distribuiu convites chamando colegas de vários partidos para um ato marcado para as 15h na sede do partido em Brasília. Candidato do presidente Jair Bolsonaro e líder do Centrão, o deputado tenta unir a direita e a centro-direita e dividir as legendas dos demais campos ideológicos. Mas seu nome também não é unânime no bloco e no partido que lidera.
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Lira tem conversado individualmente com os deputados, no “varejo”, como confidenciaram ao Congresso em Foco três parlamentares. Ofertas de cargos na Mesa ou de abertura de maior espaço político têm sido feitas, inclusive, a partidos de esquerda e centro-esquerda. “Ele tem um perfil muito parecido com o do Eduardo Cunha nas negociações”, disse um deputado que pediu para não ter o nome identificado.
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Sem querer fechar portas e ainda à espera da definição do candidato de Rodrigo Maia (DEM-RJ), a oposição ainda não unificou seu discurso. Alguns líderes partidários articulam como objetivo principal derrotar Lira na disputa à presidência da Câmara. Outros, no entanto, preferem não adotar o discurso e dizer que não há veto a qualquer nome, a exemplo do que fizeram, em entrevista ao Congresso em Foco, os líderes do PT, Enio Verri (PR), e da oposição, André Figueiredo (CE). A tendência, no entanto, é que se unam contra o candidato do Planalto. Uma vitória do Planalto na eleição poderia afastar de vez qualquer possibilidade de Bolsonaro e facilitar seu caminho à reeleição.
Até os adversários políticos na Câmara consideram que Lira está hoje à frente da disputa, por ter entrado no jogo com antecedência, enquanto o presidente Rodrigo Maia paralisou o processo sucessório à espera de uma decisão do Supremo e protelou a definição do candidato de seu grupo político.
Lira, no entanto, também não é visto como unanimidade no Centrão, grupo de partidos de direita e centro-direita. Dentro do próprio PP, do qual é líder de bancada, há deputados mais identificados com outro possível postulante ao cargo, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB). Ligado a Maia, por quem foi escolhido para relatar a reforma tributária, Aguinaldo foi ministro das Cidades no governo Dilma e tem um perfil mais conciliador do que o líder de seu partido. É um nome que conta com maior simpatia na esquerda em relação a Lira.
O parlamentar alagoano também enfrenta resistência em outras legendas do bloco, como o PL, o PSD e o Republicanos, que têm suas divisões. Presidente do Republicanos e vice-presidente da Câmara, Marcos Pereira (SP) também está em pré-campanha e busca o apoio de Maia.
Pesquisa do Painel do Poder mostra que Lira e o presidente e líder do MDB, Baleia Rossi (SP), são os nomes apontados pelas lideranças da Câmara como os favoritos para a sucessão de Maia. Atrás dele, vem Marcos Pereira. O Painel do Poder é um serviço de pesquisa do Congresso em Foco voltado para assinantes e que antecipa tendências da pauta legislativa e política no Parlamento.
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