O presidente Jair Bolsonaro afirmou, nesta quarta-feira (30), que vai pedir ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, para que o porteiro que o citou nas investigações do assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol) preste novo depoimento à Polícia Federal.
Bolsonaro ainda acusou o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), de atuar em conluio com o delegado do caso com o propósito de atingi-lo eleitoralmente. Segundo Bolsonaro, Witzel é pré-candidato a presidente em 2022 e tem uma “tara” por ele e pelo senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), seu filho mais velho.
“No meu entendimento, o senhor Witzel estava conduzindo o processo com o delegado da Polícia Civil para tentar me incriminar ou pelo menos manchar o meu nome com essa falsa acusação de que eu poderia estar envolvido na morte da Marielle”, disse o presidente a jornalistas na saída do hotel onde está hospedado, em Riad, na Arábia Saudita.
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De acordo com reportagem veiculada nessa terça-feira (29) no Jornal Nacional, um porteiro do condomínio onde o presidente morava no Rio afirmou à Polícia Civil que, horas antes do assassinato da vereadora e de seu motorista Anderson Gomes, um homem chamado Elcio entrou dirigindo um Renault Logan prata e afirmou que iria à casa 58, onde Bolsonaro vivia. O ex-policial militar Elcio Queiroz é um dos suspeitos de matar Marielle e Anderson.
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Conforme relato da TV Globo, o porteiro do condomínio afirmou em depoimento que ligou para a casa 58 e o “seu Jair” atendeu e autorizou a entrada de Elcio. A reportagem mostra, no entanto, que Bolsonaro estava em Brasília naquele dia. Elcio se dirigiu à residência de Ronnie Lessa, outro suspeito que morava no condomínio Vivendas da Barra.
O presidente disse que Witzel sabia há pelo menos 20 dias que ele foi citado no depoimento do porteiro. “Não sei quem é o porteiro. Eu não tive acesso (ao processo) como a Globo teve, como o Witzel teve. O processo corre em segredo. Nós sabemos que são pessoas humildes, que quando são tomados depoimentos sempre estão preocupadas com alguma coisa. No meu entender, o porteiro está sendo usado pelo delegado da Polícia Civil, que segue ordem do senhor Witzel, governador”, acusou Bolsonaro.
Segundo ele, o porteiro pode ter sido induzido em seu depoimento. “O porteiro ou se equivocou ou não leu o que assinou. Pode o delegado (da Polícia Civil) ter escrito o que bem entendeu e o porteiro, uma pessoa humilde, né, acabou assinando embaixo”, afirmou.
“Estou conversando com o ministro da Justiça para a gente tomar, via Polícia Federal, um novo depoimento desse porteiro pela PF para esclarecer de vez esse fato, de modo que esse fantasma que querem colocar no meu colo como possível mentor da morte de Marielle seja enterrado de vez”, acrescentou.
Bolsonaro contou que o governador fluminense o informou sobre a citação de seu nome nas investigações durante o aniversário do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Augusto Nardes, no Clube Naval do Rio de Janeiro, no último dia 9.
“Ele (Witzel) chegou perto de mim e falou o seguinte: ‘O processo está no Supremo’. Eu falei: ‘Que processo?’. ‘O processo está no Supremo?’. ‘Que processo?’. ‘Ah, o processo da Marielle’. ‘O que eu tenho a ver com o caso da Marielle?’. ‘Não, o porteiro citou o teu nome’. Ou seja, Witzel sabia do processo que estava em segredo de Justiça”, declarou.
“Tara”
Bolsonaro acusou Witzel de querer persegui-lo. “O Witzel era uma pessoa desconhecida, colou no Flávio Bolsonaro e em mim para poder se eleger governador do RJ. Tomou posse e elegeu Flávio e eu como inimigos dele. Por quê? Ele quer ser candidato à Presidência em 2022. Nada contra”, disse.
Segundo o presidente, o governador pretende destruir sua reputação. “Por que ele tem essa tara em cima de mim e do Flávio? Ele quer exatamente destruir a minha reputação atacando aquilo que mais sagrado eu tenho, que é o combate à corrupção e a questão da honestidade. Então ele, no meu entender, conduz esse processo no Rio de Janeiro. Estou dando provas aqui porque ele falou comigo há quase um mês atrás sobre esse processo”, declarou.
A citação do nome do presidente pode levar a investigação do caso Marielle ao Supremo Tribunal Federal por causa do foro privilegiado de Bolsonaro. Witzel divulgou nota nas redes sociais em que lamentou a manifestação “intempestiva” do presidente.
“Jamais houve qualquer tipo de interferência política nas investigações conduzidas pelo Ministério Público e a cargo da Polícia Civil”, disse o governador. “Não transitamos no terreno da ilegalidade, não compactuo com vazamentos à imprensa. Não farei como fizeram comigo, prejulgar e condenar sem provas”, acrescentou.
Ele disse que foi atacado injustamente pelo presidente. “Ainda assim, defenderei, como fiz durante os anos em que exerci a Magistratura, o equilíbrio e o bom senso nas relações pessoais e institucionais”, ressaltou.
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Cruz credo, eu prefiro ter um filho gay do que ter um filho bandido.
Ué…não é melhor ter um filho bandido…do que um filho gay?