Após reunião com Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), acenou a um diálogo com o presidente da República. “O que eu disse a ele é que nós deveríamos encontrar os pontos que nos unem”, disse Maia.
“O importante é que todos possam voltar a sentar na mesa e discutir os caminhos.” Maia evitou comentar críticas feitas mais cedo por Bolsonaro. Em videoconferência com empresários da Fiesp, Bolsonaro fez ataques ao comando da Câmara, a quem acusou de trabalhar contra o seu governo.
“Ele [Maia] já sinaliza que não quer resolver nada. Parece que quer afundar a economia para ferrar o governo para talvez tirar um proveito político lá na frente”, disse Bolsonaro. Ele criticava a entrega da relatoria da MP que permite a redução de salário e jornada e suspensão do contrato de trabalho a um deputado do PCdoB.
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“Foi para manter o diálogo, não foi para nos dividir”, se limitou a dizer Maia quando perguntado sobre os ataques. Ele informou que a ida ao Planalto atendeu a pedido dos ministros da Casa Civil, Braga Netto, e da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, para conhecer o gabinete de crise.
Segundo Maia, a prioridade das autoridades neste momento precisa ser o enfrentamento à crise em todos os seus campos. Em sua avaliação, a recessão econômica deverá ser ainda pior do que o que é projetado pelo governo. Segundo estimativa divulgada nesta semana, a equipe econômica projeta uma queda de 4,7% da atividade econômica.
PublicidadeReformas estruturais
Maia reforçou que, depois da crise de saúde, o peso das reformas estruturais será muito maior. Ele citou as reformas administrativa e a tributária. “Uma reforma administrativa pensada para uma relação dívida/PIB de 75% é de um tamanho. Uma reforma administrativa com 100% da relação dívida/PIB é outra reforma”, disse. Sobre a reforma tributária, ele disse que talvez o debate sobre a renda tenha que ser ampliado.
“Sem dúvida nenhuma essas reformas terão um impacto decisivo na retomada da economia a partir do segundo momento”, avaliou.
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