O deputado Glauber Braga (Psol-RJ) não é um político de medir palavras. Na última quarta-feira (12), na presença do ministro Sergio Moro, em uma audiência na Câmara, o chamou de “capanga de milícia”. Em setembro do ano passado, também diante de Moro, fez uma analogia para qualificar o ex-magistrado como um “juiz ladrão”. Em ambos os casos, suas declarações resultaram em gritaria, troca de empurrões, encerramento imediato da reunião e processos contra ele no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar. Do primeiro, ele já escapou. O segundo foi apresentado ontem.
Glauber diz não se arrepender de nada e que não retira uma vírgula do que falou a respeito do ministro. “O que disse foi embasado em fatos concretos. Moro tem trabalhado para blindar a família Bolsonaro”, afirmou em entrevista ao Congresso em Foco. O deputado desafia o ministro a abrir seu sigilo telefônico para comprovar que não teve contato com o delegado responsável por inocentar o senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ) em inquérito que apurava suspeitas sobre transações imobiliárias do filho do presidente.
“Duvido que ele abra o seu sigilo telefônico. Eu abro o meu”, propõe. Glauber virou alvo da fúria de admiradores de Sergio Moro e defensores da Lava Jato, tanto no Congresso quanto nas redes sociais. Vários parlamentares saíram em defesa do ministro. Por seu estilo mais agressivo, o deputado não tem a simpatia de muitos colegas, que veem nele a face mais radical da esquerda.
Blindagem
Glauber alega que não se preocupa com a repercussão do episódio, por estar convicto de suas posições. Ele acusa Moro de usar seu poder como ministro para interferir em investigações que envolvem a família Bolsonaro e milícias. “É uma situação esdrúxula. É ele quem comanda o aparato das investigações, a Polícia Federal. É um mentiroso”, atacou. “Eu não tenho outra coisa a dizer, a não ser chamar um ministro da Justiça que blinda a família Bolsonaro quanto a esses temas [envolvimento com as milícias] de capanga da milícia”, disse, na quarta, o deputado ao iniciar a confusão.
> Moro deixa audiência após ser chamado de juiz ladrão (veja o vídeo)
Procurado pelo Congresso em Foco, o ministro da Justiça não se manifestou sobre as acusações feitas contra ele por Glauber. Antes do encerramento abrupto da audiência de quarta, Moro disse que o parlamentar não tem qualificação para o cargo. “Deputado, o senhor não tem fato, o senhor não tem argumento, o senhor só tem ofensas. O senhor não é qualificado para ocupar o cargo de deputado.” Em seguida, Moro voltou a criticar Glauber nas redes sociais.
PublicidadePara Glauber, além do arquivamento de inquérito contra Flávio Bolsonaro, Moro interveio para abafar o depoimento do porteiro que afirmou que Jair Bolsonaro liberou a entrada, em seu condomínio, de um ex-policial acusado de matar Marielle Franco e Anderson Gomes. Em setembro do ano passado, também diante do ministro, ele fez uma analogia com o futebol para chamar Moro de “juiz ladrão”. A reunião foi encerrada.
Estratégia de defesa
O deputado adiantou que já tem estratégia para sua defesa no Conselho de Ética. “Vou usar meu direito de produzir provas. Vou chamar testemunhas e repetir a tese da prerrogativa de fala como um direito meu como parlamentar”, adianta. “Vou me valer da exceção da verdade para mostrar a relação do Moro na proteção da família e das milícias. Os diálogos dele reproduzidos pelo Intercept também são elementos de prova da conduta dele como juiz na Lava Jato”, emenda. Os críticos do ministro o acusam de ter atuado com interesses políticos na megaoperação de combate à corrupção.
Filho da ex-prefeita Saudade Braga, de Nova Friburgo, o bacharel em Direito, de 37 anos, começou sua trajetória política como secretário da mãe. Chegou à Câmara na condição de suplente em 2009 pelo PSB. Está hoje em seu quarto mandato consecutivo. Em 2015, depois de disputas internas na sigla no Rio, migrou para o Psol.
Gângster
O deputado também provocou barulho em 2016, quando enfrentou o então presidente da Câmara, Eduardo Cunha (MDB-RJ), na votação do impeachment da ex-presidente Dilma. No momento mais tenso da sessão que parou o país, disparou contra o emedebista: “Eduardo Cunha, você é um gangster. E o que dá sustentação à sua cadeira cheira a enxofre”. Cunha virou o rosto para o lado e, dias depois, entrou com queixa-crime contra Glauber no Supremo Tribunal Federal. A acusação não foi aceita.
> “Eduardo Cunha, você é um gângster”, diz Glauber Braga
Na ação movida após chamar Moro de “juiz ladrão”, a decisão final do colegiado foi pelo arquivamento. Em ambos os casos, prevaleceu a tese de que o parlamentar tem imunidade para falar.
Na reunião da última quarta, o Delegado Éder Mauro, que saiu em defesa de Moro, chamou a mãe de Braga era “bandida”. A ex-prefeita de Nova Friburgo foi condenada, em primeira instância, por desvio de dinheiro, mas foi absolvida na segunda instância e o processo foi arquivado. Glauber tachou o deputado paraense de miliciano e lembrou que o delegado já havia admitido que tinha matado pessoas. “Eu quero que tu seja o valentão que tu diz que é lá fora”, disse Mauro. “Está me ameaçando, miliciano?”, rebateu o parlamentar fluminense.
Após a confusão Glauber falou para a imprensa que o deputado Éder havia confessado assassinatos. Procurado pela reportagem, o paraense disse que o diálogo realmente aconteceu. “Ele me chamou de miliciano e eu disse que já matei muita gente sim, mas eram todos bandidos”, afirmou Éder Mauro. O hoje deputado se refere ao tempo em que atuou como delegado de polícia no Pará. Ele já respondeu a processos por tortura, mas as ações foram arquivadas.
> “Matei mesmo, mas eram todos bandidos”, diz deputado
Namoro com deputada
O estilo agressivo de Glauber, nos plenários do Congresso, contrasta com seu jeito de falar fora dos microfones. Como quem poupa a voz para os momentos de maior tensão, fala baixo e de maneira pausada. Por que a transformação de uma hora para outra?
“[Risos] Não sei responder bem essa pergunta. Mas acho que a circunstância também dita o tom”, respondeu ao Congresso em Foco. No fim de janeiro, ele assumiu o namoro com a também deputada pelo Psol Sâmia Bomfim (SP). A parlamentar publicou nas redes sociais uma foto dos dois juntos, bem longe da Câmara com a legenda “Quando você esquece o Tinder ligado no Congresso”. De lá para cá, outros cliques também foram compartilhados.
Muchas gracias. ?Como puedo iniciar sesion?
Parabéns, Glauber! “Capanga de milícias!”
Duvido que Sejumoro abra seu sigilo telefônico!
Porque apenas Sergio Moro ? Por exemplo: Renan Calheiros está na política desde 1979. Tem 18 inquéritos no STF. Nunca foi sequer punido quanto mais preso. Assim como ele há muitos outros. Moro é um ponto fora da curva nesse sistema. Dá para entender porque tem tantos inimigos ? e quem ajuda a manter a velha política dos comparsas, do toma lá, dá cá, a corrupção, a criação de dificuldades para vender as facilidades são justamente os eleitores incautos e desavisados que votam neles.
Esse deputado é o tipo ideal para a aliança pelo Brasil!
Tem que abrir a cabeça desse Glauber na base do chute.
Mas vamos esperar que o Batoré abra a conta corrente primeiro
Mas vamos esperar sentadinhos, Jajá.
O chamado “político”, sem
argumento convincente, inconsistente, mente. Ensandecido, recorre a
adjetivos qualificativos, ofensivos, nada substantivos, atrativos,
persuasivos aos incautos atraídos e traídos via concepções de tempos
idos…
Vamos então todos abrir mão do nosso direito à privacidade e dos sigilos garantidos pela constituição para que um deputado mal criado, calunioso, difamatório, desrespeitoso, irresponsável, inconsequente, anti-democrático e portanto, desqualificado, tente se sentir satisfeito (provavelmente não ficará).
Vamos começar por quem tem a obrigação legal de ter reputação ilibada, a saber: Toffoli, Gilmar Mendes, Lewndowski, e por aí vai até chegar no mais humilde dos cidadãos.
Cidadão comum não, mas politicos e todos em cargos públicos deviam ter seus sigilos vigiados sim.
Ok. A constituição tem que ser alterada. Quais os políticos que irão querer fazer isso ? Não sei se você sabe, mas Gilmar Mendes, ministro do STF, ordenou que suas declarações não podem ser auditadas. Procure por “ABSURDO: Receita Federal não pode fiscalizar Ministros do STF” e assista o video no Youtube, se lhe interessar. Veja abaixo (retire os espaços)
https : // www . youtube . com / watch? v = GaJp6IxoQVk&fbclid = IwAR1iEfqek1ZETAbAGotH2J6BT971HRfh-2S0-87GzFKBBTk5JtTTqNWsZ64
Prezado Caetano: na minha modesta opinião, não podemos nos deixar levar por qualquer espécie de idolatria a esse ou àquele! Assim como você, também sofri a vergonha de ter sido governado pela quadrilha do PT durante longos anos! Não por esse motivo, entretanto, não posso deixar de perceber a notória ligação do governo atual com a falange dos milicianos, fato que, por si só, ainda segundo meu modesto entendimento, já seria suficiente para que o Sr. Moro, outrora considerado probo, justo e aplicador das leis – cadeia para os corruptos -, pedisse exoneração do cargo que ocupa! Se os corruptos prejudicam e prejudicaram a sociedade por longo tempo, do mesmo modo, “milicianos” são o que existe da pior espécie de criminosos, só conhecendo o terror e a violência que praticam aqueles que se encontram a eles submissos, situação que, nós, aqui, sequer podemos imaginar! Não por acaso, em diversos outros comentários anteriores, formulei veementes apelos ao Sr. Moro para que abandonasse o governo, para o bem de sua própria imagem, antes que seja tarde para fugir do mar de lama que envolve também o governo atual.
Caro Comunista, Já sofri de Sarney(5) a Dilma(6), passando por Collor(2), Itamar(3), FHC(8), Lula(8) e, agora, Bolsonaro, Vamos dar uma chance à democracia. É ele o presidente eleito. Nunca vi alguém ser tão atacado pelos que estão mal acostumados e querem a preservação da “velha democracia”, aquela em os conchavos são feitos apenas entre partidos, aquela que esquece do povo, aquela que o deixa de fora. Vamos respeitá-lo. Lentamente o país começou a andar para frente. Vamos deixar o homem trabalhar.
Assim seja. O seu pedido de moro u um pouco, mas foi atendido. Agora veremos as consequências.
Deveria ser LEI que todo agente público tivesse seus extratos bancários divulgados mensalmente.
Eu não quero saber quanto o humilde cidadão tem em conta
Mas quero saber quanto uns e outros tem depois de uma votação importante ou uma decisão judicial que possa mudar os rumos do País.
Infelizmente é justamente o contrário. Quais os políticos que irão querer fazer isso ? Não sei se você sabe, mas Gilmar Mendes, ministro do STF, ordenou que as declarações dele não podem ser auditadas. Procure pelo video “ABSURDO: Receita Federal não pode fiscalizar Ministros do STF”
Já é. Só que vale apenas para alguns servidores públicos.
Jamais o Moro abriria seu sigilo,já não abriu na vaza jato,o Moro é de fato ,capanga da milícia!!!
Porque apenas Sergio Moro ? Por exemplo: Renan Calheiros está na política desde 1979. Tem 18 inquéritos no STF. Nunca foi sequer punido. Assim como ele há muitos outros. Moro é um ponto fora da curva nesse sistema. Dá para entender porque querem eliminá-lo ?
E agora Luis ?? O Moro ta disponível.
Para mim não mudou nada ,ele não abriu seus sigilos ,concordo com o batoré , juiz ladrão!!!
Não é “só” o Moro! E porque ele posa de honesto, incorruptível e imune a influências políticas, tudo em nome da verdade! A partir do momento em que interfere em assuntos policiais que podem macular ainda mais a “família Bolsonaro!, funcionando como uma espécie de escudo, de ser criticado, e com toda veemência!
Onde se lê, “de ser criticado”, leia-se “deve ser criticado”.
O que você está dizendo é “aquele que, espontaneamente, não abre mão dos seus direitos constitucionais tem algo de ruim a esconder”. Ou seja: todos somos pecadores.
Em sã consciência: você acha que, tendo a firme intenção de derrubar o ministro, os seus inimigos irão parar por aí ? claro que não. Qualquer vírgula mal colocada servirá como base para criação de um factóide , algo “”gravíssimo”” na visão distorcida, odienta e anti-democrática de quem experimentou o poder da velha política por décadas. Refiro-me especialmente ao MDB e a seus “aliados” oportunistas.