O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) reagiu nesta sexta-feira (9) às declarações de Jair Bolsonaro de que “cagou” para a CPI da Covid e para carta enviada ao presidente para que se manifeste sobre as acusações dos irmãos Miranda. Ao Congresso em Foco, o senador disse que se tratou de uma “manifestação de descontrole” e que foi causada pela “impossibilidade” de responder aos questionamentos solicitados pela comissão.
“Ele não consegue desmentir o deputado Luis Miranda (DEM-DF) e não consegue esclarecer porque tomou tantas medidas equivocadas na Saúde”, afirmou Alessandro Vieira.
O senador também apontou que a expectativa para a reunião desta sexta-feira (9), com a oitiva do técnico da divisão de importação do Ministério da Saúde William Amorim Santana é confirmar o depoimento de Luis Ricardo Miranda, irmão do deputado Luis Miranda.
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Em 25 de junho, o servidor afirmou à CPI que William teria sido responsável por fazer “pressões atípicas” para acelerar a aquisição da Covaxin pelo governo federal. Nessa semana, a servidora da pasta e fiscal do contrato com a Convaxin, Regina Célia Oliveira, também afirmou que a liberação do contrato seria uma responsabilidade de William Santana.
“A expectativa é confirmar o depoimento de Luis Ricardo sobretudo no tocante às pressões, à comunicação da pasta com a Precisa e a Barath Biotech, e aquele episódio todo que envolve o invoice [espécie de nota fiscal] e os outros documentos do contrato. Todos os meus questionamentos serão nessa linha, para checar a parcial divergência que temos entre os depoimentos de Luis Ricardo e Regina Célia”, afirmou Vieira.
O senador avaliou ainda de forma positiva o depoimento de quinta-feira (8) de Franciele Fantinato, ex-coordenadora do Plano Nacional de Imunizações (PNI), e disse que estava “dentro daquilo que é o principal foco da CPI: apurar ações e omissões do governo federal”. “A gente está esbarrando em casos de corrupção mas isso é acidental, não está no escopo da CPI”, alegou.
Vieira também apresentou pedido para reconvocação do secretário-executivo da pasta Élcio Franco, apontado por Franciele como principal operador do contrato com a Covaxin. Porém, o senador acredita que essa oitiva deve ficar “mais para o fim da CPI”.
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