Por iniciativa do Instituto Teotônio Vilela, o PSDB lança nesta quarta-feira (17) a plataforma “Farol da Oposição”, site criado com a proposta de abastecer filiados com informações sobre o governo, visando auxiliar na elaboração de articulações e discursos oposicionistas. O partido, porém, segue um padrão de votações no Congresso próximo ao de partidos da base do governo Lula. Até o início de abril deste ano, a bancada tucana acompanhou a orientação do Planalto em 78% das discussões da Câmara dos Deputados.
O índice de governismo do PSDB na Câmara chega a superar o do União Brasil, partido menos fiel da base do governo, que ocupa dois ministérios e entrega, em média 76% de seus votos. No Senado, porém, o único tucano restante, Plínio Valério (PSDB-AM), apresenta um padrão de oposição, com 58% de governismo. O índice desenvolvido pelo Congresso em Foco leva em conta o percentual de vezes em que o voto do parlamentar coincidiu, nas votações nominais, com a orientação do líder do governo.
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O Instituto Teotônio Vilela é o think tank (espécie de centro de ideias e estudos) oficial do PSDB, atuando com a produção de artigos, formação de seus filiados e na discussão de teses defendidas pela sigla na comunidade acadêmica. Seu atual presidente é o deputado Aécio Neves (PSDB-MG), rival histórico do PT e um dos articuladores do impeachment da presidente Dilma Rousseff. Conforme os dados do Radar do Congresso, ele acompanhou o governo em 79% das votações, superando a média de seu partido.
Leia abaixo a taxa de governismo de cada um dos deputados do PSDB.
Apenas um deputado tucano costuma votar contrariamente ao governo: Lucas Redecker (PSDB-RS), com 49% de governismo. Outros dois, Daniel Trzeciak (PSDB-RS) e Geovania de Sá (PSDB-SC), não tendem a votar nem conforme e nem contrariamente ao governo, com respectivamente 59% e 56% de adesão em plenário. Um dos deputados, Dagoberto Nogueira (PSDB-MS), chega a 97%, índice de governismo que supera inclusive a média de aliados de primeira ordem do Executivo, como o PSB e o PDT.
O Farol da Oposição vai estrear com dados sobre a gestão da Petrobras e deve adotar um tom. As informações serão distribuídas nas redes do PSDB e enviadas por WhatsApp a militantes. “É o PT de novo querendo colocar a mão na empresa, que foi fonte de vários escândalos em seus governos anteriores. De novo, é Lula voltando ao local do crime”, diz Aécio Neves. Com a ferramenta, os tucanos tentam recuperar o terreno perdido para o PL e o bolsonarismo na oposição. O partido, hoje presidido pelo ex-governador de Goiás Marconi Perillo, atua em federação com o Cidadania na Câmara. O grupo ocupa apenas 18 das 513 cadeiras da Casa.
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