Os ministros da Justiça, Flávio Dino, e da Comunicação Social, Paulo Pimenta, entraram em campo nesta quarta-feira (22) para tentar blindar o presidente Lula das acusações dos parlamentares de oposição em relação às ameaças sofridas pelo senador Sérgio Moro (União-PR) e sua esposa, a deputada federal Rosangela Moro (União-SP). Nesta quarta-feira, a Polícia Federal deflagrou uma operação que investiga integrantes de uma facção criminosa suspeitos de planejar matar e sequestrar autoridades, entre eles Sergio Moro.
Parlamentares da oposição querem relacionar o grupo criminoso à fala do presidente Lula, em entrevista concedida à TV 247 nessa terça-feira (21). Na entrevista, Lula se referiu a Moro de forma ameaçadora, na análise dos parlamentares de direita.
“De vez em quando um procurador entrava lá de sábado, ou de semana, para visitar, se estava tudo bem. Entrava três ou quatro procuradores e perguntava: ‘Tá tudo bem?’. Eu falava: ‘Não está tudo bem. Só vai estar bem quando eu foder esse Moro’. Vocês cortam a palavra ‘foder’ aí…”, disse Lula na entrevista. A entrevista era ao vivo.
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De 13 de março
Paulo Pimenta alegou que a operação, que segundo ele defendeu a integridade de Moro e sua família, mostra que a Polícia Federal não está “emparelhada” . Segundo ele, a representação junto ao Poder Judiciário que deu origem à operação é de 13 de março.
“Portanto, não há qualquer nexo, qualquer vínculo entre a manifestação do presidente Lula e a operação. Pelo contrário. Acho que a operação é uma demonstração dessa isenção, que é o que queremos que o Estado Brasileiro recupere”, afirmou.
Pimenta alegou que Lula apenas manifestou seu “sentimento de injustiça” durante a entrevista. “Não podemos naturalizar a injustiça”, afirmou o ministro.
Dino, por sua vez, defendeu as manifestações do presidente da República, e afirmou que, assim como Lula, ele próprio seguirá criticando as ações que foram feitas por Moro quando ainda era juiz. Foi de Moro a decisão que resultou na prisão de Lula, em 2018.
“Estamos vendo em redes sociais uma narrativa falsa de que haveria relação de entrevistas do presidente da República com esse acontecimento. Isso é absurdo e não aceitaremos. Dei e darei entrevistas e reafirmarei todas as declarações críticas da atuação do juiz Sérgio Moro, mas isso não impede a Polícia Federal de proteger quem é crítico do novo governo. Quem faz politização indevida está ajudando a quadrilha”, disse o ministro.
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