Poucas horas depois de a Polícia Federal (PF) deflagrar nesta quarta-feira (22) uma operação que prendeu um grupo suspeito de planejar o sequestro e assassinato de autoridades, entre elas o senador Sergio Moro (União-PR), o deputado federal Marco Feliciano (PL-SP) e o ministro da Justiça, Flávio Dino, passaram a protagonizar uma discussão pública, cujo início foi o bloqueio de Feliciano por Dino em uma rede social.
Feliciano alega que não sabe quando foi bloqueado por Dino no Twitter. O parlamentar afirmou que só tomou conhecimento do fato nesta manhã, quando foi procurar manifestações do ministro a respeito das prisões realizadas na operação da PF.
“Fui olhar pra ver se havia alguma declaração do ministro sobre os últimos acontecimentos e lá estava eu, bloqueado pelo nobre democrata comunista”, afirmou ele, referindo-se ao fato de o ministro ter sido filiado ao PCdoB antes de migrar para o PSB, seu atual partido.
Dino, sem citar o nome do parlamentar, criticou o que classificou como “mau-caratismo” do parlamentar.
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“Fico chocado com o nível de mau-caratismo de quem tenta politizar essa ação”, afirmou o ministro.
Parlamentares da oposição querem relacionar o grupo criminoso à fala do presidente Lula, em entrevista concedida à TV 247 nessa terça-feira (21). Na entrevista, Lula se referiu a Moro de forma ameaçadora, na análise dos parlamentares de direita.
“De vez em quando um procurador entrava lá de sábado, ou de semana, para visitar, se estava tudo bem. Entrava 3 ou 4 procuradores e perguntava ‘tá tudo bem?’. Eu falava ‘não está tudo bem. Só vai estar bem quando eu foder esse Moro’. Vocês cortam a palavra ‘foder’ aí…”, disse Lula na entrevista.
Dino defendeu as manifestações do presidente da República, e afirmou que, assim como Lula, ele próprio seguirá criticando as ações que foram feitas por Moro quando ainda era juiz. Foi de Moro a decisão que resultou na prisão de Lula, em 2018.
“Estamos vendo em redes sociais uma narrativa falsa de que haveria relação de entrevistas do presidente da República com esse acontecimento. Isso é absurdo e não aceitaremos. Dei e darei entrevistas e reafirmarei todas as declarações críticas da atuação do juiz Sérgio Moro, mas isso não impede a Polícia Federal de proteger quem é crítico do novo governo. Quem faz politização indevida está ajudando a quadrilha”, disse o ministro.
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