O Estado de S. Paulo
Cúpula do Turismo deu aval a fraude em convênios
Uma gravação telefônica da operação da Polícia Federal no Turismo mostra o secretário executivo do ministério, Frederico Silva Costa, orientando um empresário a montar entidade de fachada para assinar convênio com o governo federal e liberar dinheiro, informa o repórter Leandro Colon. Frederico foi um dos presos na terça-feira sob a acusação de envolvimento em esquema fraudulento no ministério. O relatório do Ministério Público, que atuou em conjunto com a PF, mostra que a cúpula do Turismo avalizava as prestações de contas fraudadas entregues pelas entidades de fachada que faziam convênios. O Tribunal de Contas da União bloqueou novos pagamentos à entidade protagonista do escândalo no Turismo.
Lula pede à presidente que não irrite PMDB
A presidente Dilma Rousseff teve ontem uma longa conversa com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em São Paulo. Dilma está preocupada com a crise de relacionamento entre o PT e o PMDB e com a instabilidade na base de sustentação do governo no Congresso. Foi por isso que bateu à porta de Lula.
Segundo apurou o Estado, o ex-presidente aconselhou a sucessora a não esticar mais a corda, para não atiçar o PMDB, o mais importante aliado do Planalto depois do PT. Lula avalia que Dilma precisa promover mais encontros com deputados e senadores, fazer afagos nos parlamentares e “repactuar” a coalizão. Ele também está apreensivo com a “guerra de dossiês”, com infindáveis denúncias de corrupção. Trata-se de uma base aliada em pé de guerra.
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Cúpula da pasta zelou por “interesse de Sarney”
O esquema fraudulento que regia a assinatura de convênios e liberação de dinheiro no Ministério do Turismo preservou interesses do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), padrinho da indicação de Pedro Novais para o comando da pasta. Em uma gravação da PF, feita com autorização judicial, o secretário Nacional de Programas de Desenvolvimento do Turismo, Colbert Martins, manda a assessora prestar atenção para não cancelar uma emenda da deputada Fátima Pelaes (PMDB-AP)a obras de interesses do senador José Sarney, para não dar “mais confusão”.
Colbert foi preso anteontem. Na conversa, na tarde do último dia 28 de julho, ele disse à secretária: “E tem que ver aquela obra lá do Amapá, aquela lá da Fátima Pelaes, daquela confusão do mundo todo que é interesse do Sarney. Tá certo? Se cancelar aquilo, aquilo tá na bica de cancelamento, enfim, algumas que eu sei de cabeça (…) Cancela aquela, pega Sarney pela proa, já vai ser mais confusão ainda, ok?”. O telefonema entre Colbert e a assessora começou às 16h57 e durou 5 minutos e 13 segundos.
Dilma quer enquadrar PF para não ser surpreendida
Surpreendida pala ação da Polícia Federal no Ministério do Turismo, que lhe trouxe problemas políticos, a presidente Dilma Rousseff cobrou do ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) informações mínimas sobre as futuras operações. Cardozo disse que não sabia da ação. O Planalto tentou ontem acalmar os peemedebistas, que controlam o Turismo.
Ex-diretor dava três tipos de alerta a Lula
A presidente Dilma Rousseff quer repetir no seu governo algo que era prática corrente na gestão de Lula: o compartilhamento de informações mínimas sobre as operações da Polícia Federal. Uma forma de não se surpreender com os esquemas de corrupção descobertos na administração pública. A doutrina policial tem um mecanismo legal que rege suas operações. Pela regra, cada esfera do Estado só precisa saber um mínimo necessário. O normal é o ministro da Justiça, mesmo sendo superior hierárquico da PF, não ser informado das investigações.
Obstrução na Câmara, a resposta dos aliados
Um dia depois da ação da Polícia Federal no Ministério do Turismo, comandado pelo PMDB, a tentativa da presidente Dilma Rousseff de se aproximar de seus aliados na Câmara não surtiu efeito e a crise com a base parlamentar chegou ao maior ponto de tensão nesses primeiros oito meses de governo.
Menos de três horas depois de Dilma reunir o Conselho Político, chamar os ministros de competentes e distribuir afagos, os deputados da base começaram a fazer obstrução na Câmara e se negaram a votar qualquer proposta até a próxima semana.
Crise europeia afeta bolsas globais, mas Bovespa sobe
A quarta-feira foi atípica para as bolsas de valores. Enquanto os principais índices acionários da Europa e dos EUA apresentaram pesadas perdas, a Bolsa de São Paulo fechou no azul. A rara diferença nos desempenhos foi explicada pela piora da percepção com a situação fiscal europeia, notadamente da França, e seu possível impacto sobre os bancos dos paises ricos. Houve queda em Nova York (4,62%), Londres (3,05%), Paris (5,45%) e Frankfurt (5,13%). Já em São Paulo, a bolsa fechou em alta de 0,48%.
Brasil dá apoio a ‘esforço’ sírio por reformas
Apesar da repressão do regime sírio, o Brasil vê com seriedade os “esforços” do ditador Bashar Assad para implementar reformas. A afirmação foi feita no Conselho de Segurança da ONU. Damasco tratou ontem de capitalizar o apoio brasileiro.
Contrato do Enem sobe 190% em 1 ano
O contrato do Inep para aplicação do Enem saltou de R$ 128,5 milhões para R$ 372,5 milhões em um ano, com dispensa de licitação. O Inep diz que esse “é o teto de investimentos”, mas “só serão pagos os valores devidamente gastos”.
Folha de S. Paulo
Bancos têm perdas nos EUA e Europa em novo dia de tensão
Em mais um dia de quedas acentuadas em Bolsas pelo mundo, os bancos sofreram especialmente, levantando temor de que sua fragilidade acentue ainda mais a crise econômica mundial. Houve perdas sobretudo em instituições na França e nos EUA. No caso francês, as quedas foram puxadas pelo risco de rebaixamento dos títulos do país. A Bovespa fechou com leve alta, o que não impediu que empresas brasileiras começassem a refazer planos de obter financiamento externo. Em Brasília, a presidente Dilma Rousseff reuniu-se com aliados e pediu “maturidade” na questão fiscal.
Dilma cobra explicação sobre algemas
Insatisfeito com o que classificou de “exageros” da Operação Voucher, o Palácio do Planalto exigiu que o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) cobrasse explicações da Polícia Federal sobre o uso de algemas nas prisões realizadas pela instituição. A presidente Dilma Rousseff ficou, segundo a Folha apurou, “furiosa” ao ver, logo pela manhã de ontem, foto de um dos detidos chegando algemado a Brasília.
Tratava-se do secretário-executivo do Ministério do Turismo, Frederico Silva da Costa, suspeito de integrar o esquema de desvios de verba no Ministério do Turismo. A operação levou à prisão de 36 pessoas anteontem. Ela chamou de “acinte” a forma com a qual a PF conduziu a ação policial. A interlocutores disse ter visto excessos e, por isso, deu ordem ao titular da Justiça para responder de forma enérgica. Cardozo seguiu a determinação. Enviou ofício ao diretor-geral da PF, Leandro Coimbra, pedindo explicações, “em caráter de urgência”, para o uso de algemas.
PF diz que grupo teve acesso privilegiado a dados do TCU
A Polícia Federal afirmou que o grupo acusado de desviar R$ 3 milhões de um convênio com o Ministério do Turismo teve acesso privilegiado às investigações do TCU (Tribunal de Contas da União) -origem da Operação Voucher, que levou à prisão de 36 pessoas. Segundo o relatório da PF, os dirigentes da ONG Ibrasi (Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Infraestrutura Sustentável) teriam contratado o advogado Tiago Cedraz, filho do ministro Aroldo Cedraz, “para resguardar-se de uma possível decisão prejudicial” do tribunal. Parecer dos técnicos do TCU apontou elementos de fraude na execução de um convênio destinado à capacitação de 1900 profissionais de turismo no Amapá.
Número 2 ensina a criar empresa de fachada
Uma conversa gravada com autorização judicial sugere que a cúpula do Ministério do Turismo envolveu-se diretamente com um esquema de desvio de recursos da pasta para uma ONG e um grupo de empresas privadas. Divulgado pelo “Jornal Nacional”, da TV Globo, o diálogo mostra o secretário-executivo do ministério, Frederico Silva da Costa, orientando um empresário a procurar um imóvel que servisse de fachada para um convênio com o ministério.
Suspeitas de fraudes atingem outra ONG
Empresas e pessoas envolvidas no esquema desbaratado pela Polícia Federal na Operação Voucher têm contratos de mais de R$ 48 milhões com o Ministério do Turismo, desde 2008. De acordo com a PF, a ONG Ibrasi -no centro do escândalo que resultou em mais de 30 prisões-, recebeu R$ 4 milhões da pasta para um convênio no Amapá e subcontratou empresas que não prestaram os serviços. A Folha apurou que essas mesmas prestadoras foram subcontratadas pela Fundação Universa, de Brasília, com recursos do Turismo, em convênios de R$ 27 milhões.
Marta diz que prisão de aliado pode prejudicar sua candidatura
A senadora Marta Suplicy (PT-SP) reconheceu ontem a aliados que a prisão de um ex-assessor durante a Operação Voucher da Polícia Federal provoca desgaste na sua candidatura à Prefeitura de São Paulo. Para Marta, a detenção de Mário Moysés, que foi seu assessor na Prefeitura de São Paulo e chefe de gabinete quando ela era ministra do Turismo, entre 2007 e 2008, poderá ser explorada eleitoralmente. “Vamos esperar baixar a poeira. Se já estava difícil antes, imagine agora. Vão explorar à vontade”, afirmou a senadora.
Procuradoria quer chamar Dilma para falar de tortura
O Ministério Público Federal estuda pedir o depoimento da presidente Dilma Rousseff em ação contra quatro ex-agentes da ditadura militar acusados de torturar presos políticos na Oban (Operação Bandeirantes). Ela pode ser ouvida como testemunha de acusação contra Maurício Lopes Lima, capitão reformado do Exército que atuou no órgão. Em audiência na Justiça Militar quando estava presa pelo regime, em 1970, a presidente o apontou como “um dos torturadores da Oban”. “O testemunho de Dilma pode ser relevante, porque ela é uma das vítimas que reconheceram os réus como torturadores”, diz a procuradora Eugênia Gonzaga.
Patriota defende prudência sobre saída de Assad
O Itamaraty discorda de que a retirada do ditador Bashar Assad do poder na Síria seja a melhor solução para a reforma política do país. A Casa Branca afirmou ontem que a Síria -onde, segundo ativistas, 2.000 manifestantes pró-democracia foram mortos desde o início dos protestos, há quatro meses- estaria melhor sem Assad. “Tem que ter um pouco de prudência na aplicação do remédio, para que ele não mate o paciente”, disse ontem o chanceler Antonio Patriota.
“Alternativas ao governo atual podem ser até mais problemáticas”, avaliou ele. “O que você faz? Tira o Assad e quem assume? O Exército? Outras forças que podem ser mais radicais, mais progressistas? Como [elas] conseguem implementar um plano de reforma?”, perguntou.
O Globo
Tiros em ônibus eram da PM, que reconhece erro
O resultado da perícia feita pelo Instituto de Criminalística Carlos Éboli constatou que os 14 disparos que atingiram o ônibus da linha Praça Quinze-Caxias, sequestrado por quatro assaltantes anteontem à noite, foram dados de fora para dentro, indicando que os PMs do 4º Batalhão foram os responsáveis pelos tiros. Cinco pessoas – três delas estavam no frescão – foram baleadas. A informação da perícia é confirmada pela versão dos passageiros, que são unânimes em dizer que os bandidos não reagiram. Ontem, o comandante-geral da PM, coronel Mário Sérgio, reconheceu que os PMs erraram ao atirar num veículo com reféns, mas acertaram ao resgatar 11 deles ilesos.
Um ladrão com plano de saúde
Um dos acusados, Jean Júnior da Costa Oliveira, de 21 anos, é sobrinho de Beira-Mar. Foi preso num hospital particular, usando plano de saúde top de linha. A passageira em estado grave continua no Souza Aguiar.
Motorista de ônibus por acaso
O técnico em informática Hélio Gomes da Motta Junior nunca havia dirigido um ônibus na vida. Anteontem, foi obrigado pelos bandidos a sentar ao volante e furar dois bloqueios da PM, com o veículo debaixo de tiros.
Dilma: base se rebela e obstrui votações
Insatisfeita com a não liberação de emendas parlamentares e as demissões em ministérios controlados por partidos aliados e envolvidos em escândalos, parte da base do governo Dilma na Câmara decidiu obstruir as votações esta semana. Um bloco informal, liderado pelo PMDB, foi montado por 201 parlamentares rebelados.
“O importante é a fachada”
Gravações feitas pela PF mostram que o secretário executivo do Ministério do Turismo, Frederico Costa, preso na Operação Voucher, orientou dirigentes de empresas a montar negócios onde o mais “importante é a fachada”. Metade dos presos já foi solta. O uso de algemas causou polêmica.
Rossi: Conab sofrerá faxina na área jurídica
O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, anunciou ontem uma faxina na Conab, a começar pela área jurídica, por determinação da presidente Dilma Rousseff. Ao longo de depoimento no Senado, ele reconheceu que não tinha controle sobre todas as ações da pasta e da Conab e nem de quem frequentava a área privativa do prédio, como o lobista Júlio Fróes.
Questionado por PSDB e DEM na Comissão de Agricultura, o ministro, respaldado pelo PMDB — presente com sua tropa de choque —, respondeu que a limpeza começará pela área jurídica porque há “graves irregularidades”, como perda de prazo pelos procuradores da Conab em ações judiciais, e até “conluio” entre alguns profissionais e empresas. Ele disse ainda que as mudanças podem chegar à diretoria, onde faltaria “unidade”.
Freto, sim. E daí?
O prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, disse que fretou jatinho com verba pública porque tinha de ir a compromissos de interesse da cidade. “Por voo comercial, dada a insegurança do transporte aéreo brasileiro, eu nem teria ido”, disse ele, intimado a devolver R$ 874 mil.
França enfrenta o temor de rebaixamento
Rumores de que o país poderia ser rebaixado pelas agências por causa do endividamento derrubaram as bolsas. Economistas debatem para onde vai a França.
Inglaterra: cresce tensão étnica
Enquanto Londres era palco de policiamento ostensivo e calma relativa, Birmingham – 160 km ao norte da capital britânica – revivia ontem o antigo temor de confrontos raciais. Três asiáticos de origem muçulmana que patrulhavam sua vizinhança foram atropelados intencionalmente, segundo a polícia, por jovens negros que saqueavam lojas. O temor é que as minorias se enfrentem como em 2005, após o estupro de uma mulher negra por um asiático na cidade. As delegacias de Londres estão lotadas, com 805 presos após os saques. Pressionado para não cortar os US$ 3,2 bilhões no orçamento da polícia, o premier David Cameron disse que não permitirá que a cultura do medo prevaleça nas ruas.
Correio Braziliense
Supremo manda nomear aprovados em concurso
Decisão da mais alta Corte de Justiça do país determina que os governos têm a obrigação de contratar todos os aprovados conforme o número de vagas e o prazo previstos no edital. Outra boa notícia para quem pretende entrar no serviço público: o GDF vai reabrir inscrições em concurso para auditor tributário, são 50 vagas e salário de R$ 16.863,96. No Procon, seleção oferece 200 postos de níveis médio e superior, com remuneração que varia de R$ 3.919,13 a R$ 5.293,30.
Máfia do Turismo contratou filho de ministro do TCU
Escritório de advocacia de Tiago Cedraz, filho de ministro do TCU, antecipava informações da Corte sobre processos e agia para inocentar quadrilha. “Quanto ao tribunal, sabemos tudo o que se passa”, diz um sócio de Tiago na banca, conforme escuta telefônica da PF incluída no inquérito sobre o desvio de dinheiro do Ministério do Turismo.
Visão do Correio
Líderes aliados do Planalto parecem incapazes de entender que a indignação da sociedade não é com o governo. Nem mesmo a oposição pode negar reconhecimento à determinação da presidente de afastar quem acha que pode cobrar pelo apoio político o preço da corrupção.
Sem licitação: Cespe organiza o Enem
Vinculada a UnB, a entidade foi escolhida pelo governo federal e receberá R$ 300 milhões para elaborar o exame.
R$ 350 milhões em repasses sob suspeita no DF
Investigadas pela Justiça, quatro empresas de informática (Linknet, Adler, Patamar e Cap Brasil) foram consideradas inidôneas e banidas da administração pública pelo Governo do Distrito Federal.
Crise global: fundos de pensão seguram Bovespa
As bolsas de todo o mundo tiveram novas baixas puxadas por más notícias da economia francesa, mas uma compra de ações coordenada pelo Palácio do Planalto garantiu a valorização de 0,48% em São Paulo.
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