A equipe econômica do governo detalhou, na manhã desta quinta-feira (28), o pacote de cortes de gastos que traz, entre as suas medidas, a taxação dos mais ricos como uma espécie de contrapartida à ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais. Atualmente, o limite de isenção se aplica para quem recebe até dois salários mínimos, isto é, R$ 2.824 por mês.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, explicou que a isenção terá um impacto de R$ 35 bilhões por ano e o valor será compensado pela tributação dos mais ricos. A ideia é criar uma alíquota de 10% para quem tem rendimentos superior a R$ 50 mil por mês, ou R$ 600 mil por ano.
Embora a alíquota do IRPF para quem recebe esse valor seja de 27,5%, muitos contribuintes conseguem diminui-la, pois obtêm a maior parte de sua renda de fontes com tributação mais baixa, como os dividendos. Dessa forma, empresários que recebem exclusivamente dividendos, atualmente isentos, pagariam 10% de Imposto de Renda.
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“Pessoas que hoje têm renda e não pagam imposto. Uma renda superior a R$ 50 mil por mês, ou R$ 600 mil por ano, vão passar a pagar o mínimo. Alugueis, salários, dividendos, juros. Vai somar o que recebeu, e vai calcular 10% desse valor em todas rubricas”, afirmou Haddad.
As deduções nas áreas de saúde no IR deverão ser limitadas a quem recebe até R$ 20 mil por mês. No caso de quem recebe com a carteira assinada, a cobrança segue como está, com a alíquota de 27,5%.
Em meio à divulgação da mudança na faixa de isenção do IR, o dólar fechou a quarta (27) com a maior cotação da história em R$ 5,91. Nesta quinta-feira, chegou à marca de R$ 6,00.
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