O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski negou nesta sexta-feira (13) pedido do senador Demóstenes Torres (sem partido, ex-DEM-GO) para anular as gravações telefônicas feitas durante a Operação Monte Carlo, da Polícia Federal. Para a defesa do senador goiano, os grampos deveriam ter sido autorizados pelo STF, e não pela Justiça Federal em Goiás. Por ser senador, Demóstenes tem foro privilegiado. A reclamação apresentada ainda será analisada no mérito.
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De acordo com o STF, a defesa de Demóstenes argumentou que os juízes federais da 11ª Vara Federal da Seção Judiciária do Estado de Goiás e da Vara Única da Subseção Judiciária de Anápolis (GO), que autorizaram escutas telefônicas envolvendo o senador, não tinham legitimidade para isso. Por conta do foro privilegiado, somente o STF teria a competência para autorizar os grampos. A PF e o Ministério Público, porém, alegam que o investigado era Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e que havia autorização judicial para investigá-lo. Demóstenes apareceu nas conversas porque seguidamente falava com o bicheiro.
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Lewandowski, ao mesmo tempo que negou o trancamento do inquérito e rejeitou a anulação das escutas telefônicas, pediu mais informações aos juízes que concederam as autorizações. Segundo o Supremo, os autos do processo serão encaminhados ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, para que emita parecer sobre o caso.
Demóstenes é investigado no inquérito 3430 pelo seu envolvimento com Cachoeira, preso na penitenciária de Mossoró (RN). O contraventor foi um dos alvos da Operação Monte Carlo, desencadeada pela Polícia Federal e que resultou na prisão de outras 80 pessoas. Além do inquérito no STF, o senador goiano também enfrenta processo no Conselho de Ética no Senado.
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