Receoso de que a Câmara autorize a abertura de processo de impeachment contra a presidente Dilma, o Palácio do Planalto faz as contas e aposta no Senado para impedir um eventual afastamento da petista. Segundo o jornal O Estado de S.Paulo, os governistas mapearam o apoio a Dilma entre os senadores e concluíram que há 43 votos favoráveis ao impeachment na Casa – menos do que os 54 necessários.
O cenário no Senado é considerado melhor que na Câmara, onde deputados da base governista sinalizam aliança com a oposição para dar andamento ao pedido assinado pelos juristas Hélio Bicudo, Miguel Reale Junior e Janaina Paschoal, considerado o mais consistente entre os 13 que estão na Casa.
Nos últimos meses, a relação do Planalto com o presidente do Senado, Renan Calheiros, melhoraram substancialmente. Diferentemente do que ocorreu com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que se declara oposição desde que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de ação penal em decorrência das investigações da Operação Lava Jato. Ele acusa o governo de estar por trás da denúncia.
Na sexta-feira, o ex-presidente Lula se reuniu com Cunha e lhe pediu, segundo o Estadão, que segurasse os pedidos de impeachment. Mas a avaliação de lideranças governistas, de acordo com o jornal paulista, é que não é possível confiar que Cunha aceitará o apelo do petista. Os oposicionistas já anunciaram que vão recorrer ao plenário caso o presidente da Câmara rejeite a petição encabeçada por Hélio Bicudo.
Segundo o Estadão, o governo também considera arriscado apostar em sua base aliada na Câmara, que conta com cerca de 150 a 200 deputados fieis. A oposição estima que 286 deputados são favoráveis à abertura de processo de impeachment de Dilma. Para que isso ocorra, é necessário o apoio de 342 dos 513 integrantes da Casa.
Leia a reportagem de O Estado de S.Paulo
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