A Comissão de Anistia formalizou nesta sexta-feira (29) o pedido formal de perdão em nome do Estado brasileiro aos ex-sócios e ex-servidores da extinta companhia aérea Panair, empresa perseguida e fechada pela ditadura militar em 1965. A presidente do colegiado, Eneá de Stutz e Almeida, considerou a repressão do antigo regime como “cruel, arbitrária, totalmente injustificada”.
Confira o pedido:
O colegiado, vinculado ao Ministério dos Direitos Humanos, é encarregado de reconhecer e reparar as vítimas de violações de direitos humanos pelo Estado brasileiro entre o fim do Estado Novo (1946) e o fim do regime militar (1985). Nesta sexta, a comissão reconheceu a perseguição à Panair, sendo a primeira pessoa jurídica na história a ser reconhecida como anistiada política.
A Panair foi fundada em 1930 e integralmente nacionalizada em 1961, mas sua atividade foi bruscamente interrompida pelo governo militar em 1965, ano em que se preparava para expandir sua operação. Seus sócios, Celso Rocha Miranda e Mário Wallace Simonsen, não estavam alinhados com o regime ditatorial. Mais de 5 mil funcionários ficaram sem emprego do dia para a noite.
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O pedido de desculpas foi direcionado à ex-comissária de bordo Ingrid Fricke, que viveu e acompanhou o drama dos trabalhadores afetados pelo fechamento da empresa. Ela prestou depoimento no julgamento, e relembrou que muitos tiveram a vida econômica destruída com a perda de seus empregos.