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Para Beto Mansur, nada há de errado no procedimento, apelidado de “trem da alegria” por beneficiar funcionários sem a necessidade de comprovação de mérito. “O presidente Eduardo Cunha me entregou [o projeto de resolução] e pediu para que eu analisasse. Várias polícias pelo país estão exigindo terceiro grau [nível superior] em seus concursos. Acho até justo, mas estou analisando”, ponderou o deputado, aliado do presidente da Câmara.
O que Beto Mansur não comentou foi o impacto financeiro de uma eventual equiparação remuneratória entre técnicos e analistas legislativos – R$ 247,4 milhões em gastos extras para o contribuinte. O Congresso em Foco teve acesso a um estudo técnico com valores sobre o impacto orçamentário resultante da mudança. Extraídos de dados de transparência da Câmara, os cálculos se baseiam na diferença de remuneração (R$ 6,8 mil em média) entre técnicos e analistas legislativos e na multiplicação desse total por todos os cargos técnicos contemplados (1.640 ativos e 1.449 inativos). Essa matemática revela que o impacto da equiparação chegaria a R$ 134 milhões apenas nos casos dos servidores ativos – dos quais R$ 22,3 milhões referentes apenas à polícia legislativa. No caso dos inativos, o custo adicional seria de R$ 112 milhões.
A ideia nasceu da possibilidade de promover agentes da polícia legislativa do nível médio para o nível superior. Sem rejeição por parte da Mesa Diretora, a extensão do benefício passou a ser considerada para os mais de três mil servidores de nível técnico (aprovados em concurso sem exigência curso superior), entre ativos e inativos. Assim, a mudança pode beneficiar profissionais de nível médio com atribuições, entre outras, de assistente administrativo, adjunto parlamentar, operador de máquina (xerocopistas), agente de serviços legislativos e motorista.
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