O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, reiterou diversas vezes nesta quinta-feira (22) que, para cumprir as metas anunciadas pelo Brasil de redução do desmatamento ilegal e da emissão de carbono, é preciso dinheiro.
Mais cedo, na Cúpula do Clima, o presidente Jair Bolsonaro disse que vai dobrar o orçamento dos órgãos ambientais. Bolsonaro tem que sancionar o orçamento de 2021 ainda nesta quinta. Mesmo assim, Salles não soube sequer estimar qual seria o montante citado pelo presidente. “O que houver de disponibilidade, o presidente vai dobrar o recurso”, disse.
Salles também deixou claro que, para cumprir as metas de zerar, até 2030, o desmatamento ilegal, e, até 2050 as emissões de carbono, conta com dinheiro de empresas privadas, nacionais e estrangeiras, e de países dispostos a engordar o orçamento brasileiro. Mais uma vez, não citou cifras ou disse haver qualquer previsão concreta de repasse ao Brasil.
Por fim, também enalteceu como o mercado de carbono, que só será regulamentado na COP 26, em novembro, “trará recursos vultosos para o pagamento de serviços ambientais” no Brasil.
O ministro listou ainda que, para cumprir as metas, é preciso avançar nos seguintes pontos: regulamentação fundiária, zoneamento econômico ecológico, desenvolvimento da bioeconomia e do pagamento pelos serviços ambientais.
Veja a entrevista completa do ministro:
A Cúpula do Clima é realizada no momento em que a gestão de Salles do Ministério do Meio Ambiente sofre uma série de críticas. Nos últimos dias, políticos, celebridades, organizações da sociedade civil têm defendido “#ForaSalles”, pedindo a demissão do ministro.
Nesta quarta-feira (21), feriado, Salles aproveitou o dia para debochar de diversas críticas e chegou a bater boca com a cantora Anitta no Twitter. Em clima de descontração e aglomeração, mesmo meio à pandemia, o chefe do Meio Ambiente também reuniu-se nesta quarta em almoço com Bolsonaro e outros ministros.
Veja o discurso de Bolsonaro na Cúpula do Clima:
> Biden anuncia meta de reduzir pela metade a emissão de gases até 2030
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