* Marluce Britto
O litoral do nordeste brasileiro é mundialmente conhecido por suas belas praias de águas límpidas e mornas, com uma grande diversidade de arrecifes, corais e espetacular vida marinha. Possui uma extensão de 3 mil km² de águas salgadas, onde uma vasta rede de hotéis e de restaurantes com culinária específica, se abastecem deste verdadeiro “presente” que é ser banhado por um ecossistema tão rico. Vários empregos são gerados em toda extensão litorânea agregados a projetos de proteção das espécies marinhas da região. Um dos mais famosos é o Projeto Tamar, reconhecido mundialmente pelo trabalho delicado e qualificado de biólogos que cuidam de salvar as tartarugas da completa extinção.
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Além do turismo, a economia nordestina ganha destaque com indústrias e comércio agrícola e de extrativismo vegetal. Os mais variados produtos são encontrados no nordeste: desde o óleo do babaçu e da carnaúba, até o algodão e a de cana de açúcar (que também produz o combustível etanol), além de cacau, milho, sisal, coco, café, castanhas, frutas tropicais das mais diversas, mandioca, soja e arroz. Sem falar na extração de petróleo e gás natural, sal marinho, jazidas de granito, pedras preciosas e semipreciosas. A região tem importante polo petroquímico, automotivo, indústrias mecânicas, têxtil, de alimentos, papel, cimento e material elétrico. Para quem não sabe, o Nordeste brasileiro possui o maior parque de distribuição de energia eólica do país e uma das maiores reservas de urânio do mundo.
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As comunidades de pescadores e toda a população do litoral nordestino estão perplexas com o desastre ambiental que manchou de óleo praias paradisíacas. Há quase dois meses uma grande mancha escura surgiu no mar do Nordeste, deixando a população em pânico a assistir, além da contaminação da água salgada, a mortandade da vida marinha trazida junto com o óleo para à beira do mar. A origem do vazamento do produto em águas brasileiras e a falta de providências das autoridades responsáveis, federais, estaduais e municipais, em providenciar aparatos para contenção do avanço do óleo e soluções para limpar as praias, bem como falsas notícias sobre as verdadeiras causas do derramamento da substância tem gerado insegurança e medo na população nordestina que, tira do mar o seu sustento.
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PublicidadeAs notícias diárias sobre o mar de óleo em que as praias do Nordeste se transformaram foram mudando ao sabor dos ventos, sempre excluindo a responsabilidade e evidenciando o descaso do governo federal com esta parte nosso do país. Agora, apesar da suspeita recair sobre um navio grego, depois das investidas do ministro do Meio Ambiente de responsabilizar a Venezuela e até mesmo uma das maiores ONGs ambientais do mundo, o Greenpeace, as manchas continuam avançando ao longo do litoral nordestino invadindo manguezais, santuários ecológicos, comprometendo também o turismo de alta temporada que se inicia com a chegada do verão. A comunidade hoteleira relata que hóspedes estão cancelando suas reservas por conta das notícias que correm todo o mundo.
O Plano Nacional de Contingência até o momento não foi efetivado com verdadeira eficácia pela União, mas assistimos um verdadeiro “bate cabeça” das autoridades a culpar inimigos imaginários. Enquanto isso, a limpeza das praias surgiu através da força tarefa dos voluntários nordestinos – homens, mulheres e até idosos – que seguem arriscando a saúde pois, sem a devida proteção, catam com as próprias mãos manchas de óleo espalhadas pelas faixas das areias das praias que conheceram ainda crianças.
A população nordestina tem muito orgulho de seu litoral, de suas raízes, sua cultura, de seu povo trabalhador e acolhedor, por esta razão, continuará lutando. Enquanto o problema está sendo tratado em capítulos, acompanhamos a “novela” da incompetência gerencial dos comandantes da Nação. A “Pátria Amada Nordestina”, por vezes vista com preconceito pelo mais alto mandatário do Brasil, não é mesmo de correr da luta. O Nordeste seguirá firme salvando suas praias, manguezais, arrecifes, corais e santuários ecológicos. O que esperamos é que a “Pátria Amada Brasil” não feche os olhos e nem vire as costas para esse belo e rico pedaço do nosso país.
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* Marluce Britto é advogada graduada em Direito pela Universidade Tiradentes – UNIT/Sergipe, também e pós-graduanda no MBA em Gestão e Business Law da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Não sou defensor perpétuo do Pres. Bolsonaro,mas gostaria de saber qual a sugestão do nobre articulista prá resolver o problema,e como o governo o resolveria…O que está sendo feito pelos voluntários de cada local é o mais certo.Pelas contas da extensão do litoral e dos locais afetados,o governo teria que contratar mais de um milhão de pessoas prá catar as borras de óleo pesado. È possível isso articulista?