A Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) divulgou na noite de sexta-feira (22) uma nota desautorizando a União Nacional dos Juízes Federais do Brasil (Unajuf).
Este segundo grupo é uma dissidência da Ajufe, conta com poucos membros, e entrou com uma representação na Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o senador Cid Gomes (PDT-CE) por ter pilotado uma retroescavadeira para invadir um local onde policiais militares faziam motim em Sobral (CE).
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Na ocasião, o pedetista foi atingido por dois disparos de arma de fogo e encontra-se hospitalizado em um hospital particular de Fortaleza (CE), em condição estável, mas sem previsão de alta, de acordo com boletim médico mais recente.
A Unajuf, entidade que tenta denunciar Cid Gomes, é presidida pelo juiz Eduardo Cubas, ligado ao presidente Jair Bolsonaro. Em setembro de 2018, durante a campanha presidencial, Cubas acompanhou o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) em protesto em frente ao Supremo Tribunal Federal contra as urnas eletrônicas e a favor do voto impresso.
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“A AJUFE – Associação dos Juízes Federais do Brasil, entidade de âmbito nacional que representa cerca de 2 mil associados, vem a publico alertar que uma inexpressiva associação de juízes federais de primeiro grau, com pouco mais de 10 associados, denominada UNAJUF, não tem legitimidade para falar em nome da magistratura federal brasileira”, consta em trecho da nota.
Por meio de seu perfil no Facebook, o irmão de Cid e candidato presidencial do PDT em 2018, Ciro Gomes comemorou a nota da Ajufe.
A expressão usada por Ciro remete a um poema do escritor francês do século XVIII Françoix Andrieux. A obra literária conta que Frederico II, rei da Prússia, queria construir uma obra de lazer para uso particular. No entanto, a construção do equipamento desejado derrubaria um moinho de propriedade de um moleiro.
Seguiu-se então o seguinte diálogo iniciado pelo rei: “você bem sabe que, mesmo que não me venda a terra, eu, como rei, poderia tomá-la sem nada lhe pagar”, no que o moleiro responde com a frase que virou expressão popular: “O senhor? Tomar-me o moinho? Só se não houvessem juízes em Berlim”.
Leia a íntegra da nota da Ajufe:
A AJUFE – Associação dos Juízes Federais do Brasil, entidade de âmbito nacional que representa cerca de 2 mil associados, vem a publico alertar que uma inexpressiva associação de juízes federais de primeiro grau, com pouco mais de 10 associados, denominada UNAJUF, não tem legitimidade para falar em nome da magistratura federal brasileira.
A única entidade que representa nacionalmente a magistratura federal é a AJUFE, amplamente conhecida pela imprensa, por outras entidades associativas do sistema de justiça e reconhecida pelos representantes dos três poderes.
Assim, reiteramos a todos os veículos de comunicação e à toda sociedade que não se deixem confundir por entidades que defendem posições desconectadas com o pensamento preponderante da magistratura federal brasileira.
Somente a AJUFE, fundada há quase 50 anos, tem legitimidade para ecoar a voz e os posicionamentos dos Juízes Federais do Brasil.
Brasília, 21 de fevereiro de 2020
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A contundente resposta do politizado moleiro, ao rei alemão, é muito conhecida, e eu mesmo sempre que posso, gosto de repetir este dignificante dialogo, sendo que o o rei se quedou ante à cristalina verdade do súdito.Faço porém uma ressalva, onde entendo que a comparação entre um fato e outro ,não tem a menor relação entre si,
Jornalismo independente??? Infelizmente, no Brasil são poucos. Tudo que noticiam tem que citar o nome do Presidente Bolsonaro, parece que é para dar ibope. Um episódio ocorrido lá em Sobral(CE), por um maluco que tentou invadir um local com uma escavadeira, onde existiam vários policiais militares, e levou dois tiros. Tenha a santa paciência!!!