A secretaria de Educação de Rondônia enviou um comunicado nesta quinta-feira (6) às coordenadorias regionais do estado com uma lista de livros a serem recolhidos por conterem “conteúdos inadequados” para crianças e adolescentes.
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A relação é composta por 43 publicações e inclui obras de Ferreira Gullar, Nelson Rodrigues, Carlos Heitor Cony, Franz Kafka, além dos livros Macunaíma e Memórias Póstumas de Brás Cubas, que costumam ser assunto de provas de vestibular.
De acordo com a Folha de São Paulo, em um primeiro momento, a pasta afirmou que se tratava de fake news, mas depois admitiu a autenticidade da lista. A secretaria desistiu da medida após o assunto repercutir nas redes sociais. Rondônia é governada pelo coronel Marcos Rocha (PSL), apoiador do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
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O maior alvo da relação era Rubem Fonseca, com 19 obras recolhidas. Em uma nota de rodapé o comunicado dizia que todos os livros do contista “devem ser recolhidos”. Durante a ditadura militar, o escritor foi censurado pelo governo federal, com a proibição da circulação do seu livro Feliz Ano Novo.
Na mensagem de recolhimento, a secretaria destaca a
importância dos professores “estarem atentos as demais literaturas já existentes ou que chegam nas escolas para uso de atividades escolares”, de modo “que sejam analisadas e assegurados os direitos do estudante de usufruir do mesmo com a intervenção do professor ou sozinho sem constrangimento e desconfortos”.
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