André Giusti *
Minha infância foi nos anos 70. Médici e Geisel, cada um em uma metade da década; Figueiredo no finzinho.
Hino Nacional toda sexta-feira no pátio da escola.
E mais o da Bandeira, o da Independência, o do Exército e o da Marinha (Aeronáutica deve ter hino, é claro, mas eu não lembro de ter cantado uma vírgula sequer).
Como todo garoto feliz, eu profanava as letras. “Japonês faz quatro filhos e Chinês faz mais de mil”, pro Hino da Independência, e “Seu Valdemar em noite de lua, abriu a porta e foi cagar na rua”, pro Hino da Marinha eram os hits da nossa doce molecagem de 8, 9 anos.
Não sou patriota porque fui obrigado a cantar esses hinos, em frente ao hasteado pavilhão verde e amarelo.
Também, pelo mesmo motivo, não tenho horrores ou traumas dessas cantorias.
A bem da verdade, não sou patriota.
Gosto do Brasil sem excessos e ufanismos e olho para esse país como quem olha para um cara de meia idade que se recusa a crescer, um sujeito que deixa de pagar a escola dos filhos para bancar dezenas de prestações de carro importado.
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Há símbolos nacionais que agregam muito mais sentimento pátrio do que hino, bandeira.
Nossa língua é mais do que sonora: chega a ser poética. Em que pais mais se pode falar saudade?
Nosso folclore e nossa cultura (aquela verdadeiramente popular) tem uma diversidade que chega a ser incompreensível para outros povos.
Como podemos reunir tanta coisa diferente em um só país? Devem se perguntar por aí.
Pra encerrar, há também, na esfera da diversidade, nossa culinária, banquete de cor, sabor, tempero, aroma e, o mais importante, saúde alimentar.
Que tal o governo do “Brasil acima de tudo” abrir a cabeça da garotada para o excesso de expressões inglesas no nosso dia-a-dia?
Mostrar que nossas crenças populares pariram personagens bem mais interessantes que aquela chatice de Mickey e Pateta?
E, por fim, pegar pra valer nessa coisa de mostrar que esse tanto de sanduíche, batata frita e doce que parece até de plástico vai comprometer em algum momento dos próximos anos a qualidade de vida dessas gerações mais novas?
Com a palavra o ministro colombiano – que, aliás, nos chamou de canibais.
* Escritor e jornalista, André Giusti nasceu no emblemático maio de 1968, no Rio de janeiro, e mora em Brasília há mais de 15 anos. Entre outras publicações, é autor dos livros de contos Histórias de Pai, Memórias de Filho, A Liberdade é Amarela e Conversível e A Solidão do Livro Emprestado, todos pela editora 7Letras.
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Governo hipócrita! Nunca tivemos um governo tão entreguista, que tanto ameaça a soberania nacional como o atual. E vem agora querer que a educação retroceda mais de 50 anos. Isso é patético, ridículo e inaceitável.
Existe patrimônio nacional mais lindo e rico do que a nossa arte, a nossa cultura, e as nossas riquezas naturais que estão sendo diariamente vilipendiadas? Além disso, como o autor diz, no dia a dia engolimos todos os dias o fast food americano e o nosso lindo e poético idioma é violentado por expressões inglesas. Esse é o preço que pagamos pela globalização!
Quanto aos vídeos que esse idiota exige que sejam enviados, tomara que as escolas enviem vídeos mostrando as condições das escolas, do transporte escolar, da merenda, do tráfico de drogas que ocorre na porta dos estabelecimentos de ensino, etc.
Até quando teremos que aturar esse show de horrores dessa ópera buffa em que se tornou o Brasil?
Isso é um tremenda idiotice, Cantar hino e carregar bandeira não faz ninguém patriota, ao contrário, tomamos repugnância de atos obrigatórios.
Lembro que quando menina a garotada fazia letras zombando do hino, dávamos risadas.
Não posso escrever as letras, Mas era divertido.
Mas hje vendo gente dessa geração e mais velhos que viveram a ditadura militar sem nenhum patriotismo, ao contrário, São entreguistas e até pedem uma base militar do EUA aqui no Brasil,
Batem continência para bandeira de outro país, se agacham ara presidentes de outro país e honram um autoproclamado presidente.
Vergonhoso, como é ter um ministro da educação colombiano chamando os brasileiros de canibais e ladrões. Foi isso que os hinos cantados nas escolas em frente a bandeira nacional que construíram essa gente iniimga do Brasil.