Em videoconferência com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) na manhã desta quinta-feira (14), o presidente Jair Bolsonaro ouviu dos empresários pedidos de reabertura do comércio. “Se dependesse de mim, quase nada teria sido fechado, a exemplo da Suécia”, disse ele. Bolsonaro voltou a atacar o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a quem acusou de trabalhar contra o seu governo.
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“Ele [Maia] já sinaliza que não quer resolver nada. Parece que quer afundar a economia para ferrar o governo para talvez tirar um proveito político lá na frente”, disse. “A tendência é a gente afundar mesmo”, acrescentou. Entre os participantes da reunião estavam o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, aliado de Bolsonaro, e o ministro da Economia, Paulo Guedes.
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O presidente reclamou da decisão de Maia de dar ao deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) a relatoria da MP 936/2020, que permite a redução de salário e jornada e suspensão do contrato de trabalho. “Parece que fez acordo com a esquerda. Não dá pra fazer acordo com a esquerda. Nós sabemos qual é a linha da esquerda, uma linha sindical. É uma linha realmente que não está voltada para o desenvolvimento.”
Bolsonaro se colocou à disposição dos empresários. “Eu sou empregado de vocês. É só marcar que eu vou a São Paulo. Levem os presidentes dos três Poderes, os convidem também, e vamos discutir o assunto para que cada um seja responsabilizado por aquilo que tem de fazer. Não podemos pensar em 2022. Se pensarmos em 2022, o Brasil vai para o buraco.”
Retorno das atividades
Após cobranças de empresários, ministro da Casa Civil, Walter Braga Netto, disse que a normatização para o retorno da economia está em estudo com os conselhos de saúde dos estados e municípios, mas admitiu divergências. A covid-19 já infectou 188.974 pessoas no Brasil e provocou 13.149 mortes.
“Exatamente o problema que nós estamos tendo para soltar a medida é uma divergência nossa com o Conselho Nacional dos Secretários Estaduais e com o Conselho Nacional dos Secretários Municipais de Saúde, que nós estamos tentando resolver ainda hoje para ver se soltamos essas orientações”, disse o ministro.
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Iceberg à vista. Confusão a bordo. O capitão e o timoneiro não se entendem. “Não sou eu quem me navega, quem me navega é o mar.”