O ministro da Economia, Paulo Guedes, terá duas oportunidades nesta semana de tentar reduzir a resistência de deputados e senadores às duas propostas de reforma da Previdência, a geral e a dos militares. A missão terá de ser de paz. Não será fácil. O clima político é o pior possível desde que ele assumiu o cargo, em janeiro, com a queda de braço entre o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e um grande número de parlamentares, de um lado; e do presidente Jair Bolsonaro e seus poucos aliados, de outro.
Guedes será ouvido nesta terça-feira, a partir das 14h, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, primeira parada da reforma no Congresso. Na quarta, no mesmo horário, será a vez de o ministro passar a tarde em reunião conjunta das comissões de Assuntos Econômicos (CAE) e de Direitos Humanos e Legislação Legislativa do Senado.
O ministro tem evitado se manifestar publicamente sobre política. Para o público externo, tem passado o discurso de confiança na aprovação da reforma, uma estratégia também para acalmar o mercado, que reagiu negativamente aos acontecimentos da última semana.
Na sexta-feira, no Rio, o ministro tentou transmitir otimismo ao dizer que o Congresso terá de atacar de frente a reforma. “Estou muito sereno, acho que a tarefa é difícil pela frente, mas tenho certeza absoluta que todos vão fazer sua parte. Tenho certeza que o Congresso vai examinar o projeto da Previdência, sabe quão fundamental é isso, não é novidade.”
Ele apontou os presidentes da República, da Câmara, do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, como os principais agentes da reforma. “Eles sabem da importância e quão crítica é essa reforma”, afirmou.
O mesmo otimismo, porém, não é demonstrado por ele em conversas com interlocutores mais próximos. O tom é de descontentamento com o rumo tomado pelas discussões e a falta de articulação do governo. Cenário agravado pelas declarações recentes de Rodrigo Maia, seu maior aliado, de que está se afastando do papel de articulador político da proposta. A responsabilidade de buscar votos a partir de agora, avisou ele, é do governo, que não conseguiu, passados mais de 80 dias desde seu início, sequer montar uma base parlamentar.
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Clima hostil
Os momentos de maior tensão são aguardados na Câmara. Desde a semana passada deputados do chamado Centrão (grupo encabeçado pelo DEM, o PRB, o PR, o PP e o Solidariedade) ameaçam esvaziar a audiência em protesto, segundo eles, ao tratamento dispensado pelo governo aos parlamentares, seja na demora na distribuição dos cargos, seja no tratamento dispensado pelos ministros. A Casa Civil promete destravar a liberação dos cargos ainda nesta semana.
Eles também se irritaram com o projeto de reforma da Previdência e reestruturação da carreira dos militares, enviado na última quarta (20), com regras mais generosas do que as previstas para o restante da população. A economia, que deveria girar na casa dos R$ 90 bilhões pelos próximos dez anos, caiu para R$ 10 bilhões, com ma reestruturação da carreira militar. Pela primeira vez na presença do ministro, a oposição formada por partidos de esquerda promete endurecer as críticas à reforma.
Discussão pública
A crise se agravou neste fim de semana, com a troca de críticas entre os dois presidentes. Maia demonstrou grande irritação com o governo nos últimos dias. Considera que tem se sacrificado como articulador político para aprovação da reforma da Previdência, responsabilidade que, no entendimento dele, não tem sido assumida por Bolsonaro. E, mesmo assim, entende que tem sido atacado por aliados do Planalto nas redes sociais. O principal destinatário da reclamação do deputado é o vereador carioca Carlos Bolsonaro (PSC), filho do presidente. Carlos cuida das redes do pai, exerce forte influência sobre os seguidores de Bolsonaro e fez provocações ao deputado.
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Maia elevou o tom de voz pela imprensa. Chegou a dizer que o “governo não existe”, não tem projeto para o país, é um “deserto de ideias”, trabalhou contra sua reeleição na Câmara e é incompetente até para formar uma base parlamentar. Além disso, cobrou liderança e protagonismo de Bolsonaro e recomendou que o presidente saia do Twitter e governe de verdade.
Bolsonaro respondeu que a reforma da Previdência, agora, é de responsabilidade do Congresso e insinuou que Maia faz parte da “velha política”, ao apontar a velha prática do “toma lá, dá cá” como principal motivo da insatisfação dos parlamentares. Não parou por aí. “Até perdoo o Rodrigo Maia pela situação pessoal que ele está vivendo”, disse ele, em referência à prisão do ex-ministro Moreira Franco, na Operação Lava Jato na última quinta-feira, junto com o ex-presidente Michel Temer. Moreira é padrasto da esposa de Maia.
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Os três comentários abaixo, expressam o que penso em relação ao Maia e a celeuma que ele CRIOU para chantagear o governo Bolsonaro. Não pode mais presidir a Câmara porque está contra o Brasil.
Maia faz de tudo para que Bolsonaro se curve aos parlamentares. O governo fez a proposta e entregou em mãos, ao invés de Maia seguir adiante com a reforma cobra de Bolsonaro mais participação. Pra quê? Quer seguir com a velha política do toma lá da cá! Vergonhoso!
O Brasil não terá futuro, enquanto esses políticos chantagistas não forem varridos do Congresso. È incrível, mas sòmente atrapalham os planos de qualquer gestor honesto, que se recusar a atender seus desejos por cargos e outras coisas mais. É vergonhoso. Os novatos são contaminados pelos caciques que estão lá há anos.
Para a esquerda, o que Maia faz ao colocar seu ego político perante a reforma da Previdência, que é necessária há mais de 10 anos e nunca foi feita porque o que a esquerda roubou possibilitou que inúmeros políticos esquerdistas e seus familiares nao necessitassem se aposentar, é perfeito! Depois, basta usar a tragédia econômica politicamente para se promover, na mesma medida que Lula usou Marisa como bode expiatório.