Centenas de representantes de povos indígenas chegam à Brasília deste a madrugada desta quarta-feira para a 15ª edição do Acampamento Terra Livre, considerada a maior assembleia de povos indígenas do Brasil. De acordo com a organização do evento, o local do acampamento e a programação foram divulgados apenas na tarde desta terça-feira por motivos de segurança. Os indígenas tentam nesta manhã instalar o acampamento na Esplanada dos Ministério, próximo ao Congresso. Polícia Militar, inclusive a Cavalaria, e a Força Nacional estão no local tentando negociar o espaço para o acampamento. O ministro da Justiça, Sérgio Moro, chegou ao local por volta das oito da manhã.
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No documento que faz a chamada dos povos indígenas para o acampamento de 2019, que ocorre entre os dias 24 e 26 de abril, várias medidas tomadas pelo governo Bolsonaro são criticadas, como a transferência da Funai, Fundação Nacional do Índio, para o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, comandado por Damares Alves (a Funai integrava antes a estrutura do Ministério da Justiça) e a transferência da atribuição de demarcar terras indígenas e fazer licenciamento ambiental nesses territórios para o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento.
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Na programação desta quarta está marcada para o período da tarde a leitura do documento base do evento e uma marcha ao Supremo Tribunal Federal, que deve seguir noite à dentro com uma vigília. Na quinta-feira, os indígenas participam de audiências públicas no Supremo, na Câmara dos Deputados e também na Câmara Distrital do Distrito Federal. Uma nova marcha é esperada para a sexta-feira de manhã, depois da realização de rituais. Na tarde de sexta, os povos indígenas fazem sua plenária final e devem divulgar um documento com a agenda de pautas prioritárias.
O Acampamento Terra Livre é a primeira grande mobilização popular em Brasília durante a gestão de Jair Bolsonaro. No ano passado, por exemplo, comparecem cerca de três mil pessoas, representantes de mais de 100 nações indígenas. Na semana passada, o presidente criticou o encontro em suas redes sociais. Bolsonaro afirmou que os contribuintes é que vão pagar pelas despesas e que “essa farra” vai deixar de existir em seu governo. A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil, que realiza o acampamento, já arrecadou desde o final de março R$ 113 mil por meio de campanha de financiamento coletivo via internet, para custear o evento. A meta do crowdfunding é R$ 120 mil.
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