Eduardo Militão e Rodolfo Torres
Há outros políticos condenados por órgãos colegiados da Justiça além de Paulo Maluf. Contudo, apesar dessas condenações, eles poderiam se candidatar normalmente, mesmo com o ficha limpa aprovado, porque os crimes que cometeram são considerados de menor potencial ofensivo.
É o caso, por exemplo, dos deputados acreanos Gladson Cameli (PP) e Ilderlei Cordeiro (PPS), condenados em dezembro passado pelo Tribunal Regional Eleitoral do Acre a pagar multa de R$ 5 mil, cada um. A corte entendeu que eles fizeram propaganda eleitoral antes do período permitido.
Apesar de declarar que não quer se candidatar à Câmara após seu partido ter lhe negado legenda para disputar a Presidência da República, Ciro Gomes (PSB-CE) é outro exemplo de político que, apesar de ter sido condenado, poderia se candidatar em outubro.
Ciro foi condenado pelo tribunal de Justiça de São Paulo a pagar indenização ao pré-candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra. Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo em março de 2002, Ciro (pré-candidato à Presidência pelo PSB) atacou Serra (pré-candidato do PSDB). “Meu adversário é o candidato dos grandes negócios e das negociatas”, afirmou à época.
Relator da ficha limpa no grupo de trabalho que analisou a proposta, Índio da Costa (DEM-RJ) lembra que o projeto tem por objetivo impedir a candidatura de políticos que cometeram crimes mais graves. “O ficha limpa quer impedir a candidatura de quem fez lavagem de dinheiro, cometeu estupro, matou, sequestrou, comprou voto, etc”, explicou ao Congresso em Foco o parlamentar fluminense.
Deixe um comentário