A Polícia Federal (PF) do Rio de Janeiro interceptou conversas do doleiro Dário Messer com sua namorada, Myra Athayde, nas quais ele afirma que pagava propinas mensais ao procurador da República e integrante da força-tarefa da operação Lava Jato em Curitiba Januário Paludo.
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Os valores seriam referentes a uma suposta proteção ao “doleiro dos doleiros” em investigações sobre suas atividades ilegais. As informações foram obtidas durante as investigações que embasaram a operação Patrón, última fase da Lava Jato, que tinha Messer como alvo principal.
Um relatório sobre as mensagens trocadas entre Messer e Myra foi elaborado pela Polícia Federal em outubro, pedindo providências sobre o caso, considerado grave, pela corporação.
Nas conversas, Messer conta a Myra sobre o andamento das investigações que correm contra ele. O doleiro explica que uma das testemunhas de acusação iria se encontrar com Paludo, procurador que seria “destinatário de pelo menos parte da propina paga pelos meninos todo mês”.
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De acordo com o Uol, a PF acredita que os “meninos” mencionados são Claudio Fernando Barbosa de Souza, o Tony, e Vinicius Claret Vieira Barreto, o Juca, dois funcionários do doleiro que o auxiliam em operações de lavagem de dinheiro investigadas pela Lava Jato do Rio. Eles foram presos e agora são delatores.
Em depoimentos prestados à força-tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro em 2018, Tony e Juca afirmaram ter pago US$ 50 mil (cerca de R$ 200 mil) por mês ao advogado Antonio Figueiredo Basto em troca de proteção a Messer na PF e no MP. O advogado nega as acusações.
Procurada pelo Uol, a força-tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro informou que já enviou o relatório à PGR (Procuradoria-Geral da República), órgão que deverá definir as providências a serem tomadas. Também consultada pela reportagem, a força-tarefa de Curitiba afirma que Paludo preferiu não se manifestar. A defesa do doleiro também não quis se pronunciar ao Uol por se tratar de uma investigação sigilosa.
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Uma dúvida: Se a investigação corre sob sigilo, a fonte do UOL, então, é algum funcionário público que está cometendo crime com vazamento de informações? Ou é a própria defesa do doleiro que está cometendo esse crime de vazamento?
Como o UOL tem o direito do ‘sigilo da fonte’, pode ser que jamais saibamos quem é.