Pela quarta vez em cinco dias, a cidade de Manaus quebrou o recorde de sepultamentos em 24 horas. De acordo com a prefeitura da capital amazonense, gravemente afetada por uma segunda onda de covid-19, foram registrados 213 sepultamentos nesta sexta-feira (15). A grande maioria destes sepultamentos, 161 deles, foram realizados em cemitérios públicos.
O número de enterros – e por consequência, de mortes na cidade, impressiona: há um salto de mais de 700% em relação ao mesmo período do ano passado. Antes da pandemia, Manaus sepultava uma média de 30 corpos por dia.
Após uma tentativa malsucedida do governador do Amazonas e do prefeito da cidade de conter a pandemia por meio de um lockdown – que contou com uma ação contrária de deputados bolsonaristas – o número de casos e mortes sobe aceleradamente na cidade, que está com seu sistema de saúde colapsado.
Na última quinta-feira, o oxigênio utilizado em respiradores acabou em grande parte dos hospitais da cidade, o que impulsionou a situação crítica na cidade. A falta do insumo básico prejudica não apenas os pacientes de covid-19, mas que também estão internados com outras enfermidades. Ontem, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski ordenou que o presidente Bolsonaro seja notificado pessoalmente para responder sobre a crise em Manaus.
Ao todo, Manaus enterrou 1.057 pessoas desde o último domingo (10). A cidade já havia rompido marcas na segunda-feira (11), com 150 sepultamentos, na terça (12), com 166 enterros, e na quarta (13), com 198 covas preenchidas. Na quinta-feira (14) a cidade não quebrou novos recordes, mas registrou 186 sepultamentos.
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