O governo chinês, confirmou nesta terça-feira (28) que o número de mortes causadas pelo novo coronavírus chegou a 106, sendo 100 mortes apenas na província de Hubei, onde fica a cidade de Wuhan, cidade que teve o primeiro caso da doença. Ao todo, já são 4.515 infectados. No Brasil, o Ministério da Saúde confirmou que está monitorando três casos suspeitos da doença notificados em Curitiba, Porto Alegre e Minas Gerais. Todos os pacientes viajaram nos últimos 14 dias para a China
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Ontem (27), a Organização Mundial da Saúde (OMS) passou a classificar como “elevado” o risco internacional de contaminação pelo novo coronavírus. O novo status é uma correção na avaliação feita anteriormente pela própria OMS que considerava o risco como “moderado”. A organização esclareceu que, foi um “erro de formulação”. A Alemanha e o Japão confirmaram na manhã de hoje os primeiros casos de infecção doméstica do coronavírus – transmissão da doença de pessoa para pessoa, sem o intermédio de animais.
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Para conter a expansão do coronavírus, Hong Kong anunciou, nesta terça, que suspenderá linhas férreas utilizadas por trem de alta velocidade que ligam o território semiautônomo com a China continental a partir da próxima quinta (30).
Histórico do novo Coronavírus
O novo coronavírus é um novo tipo de vírus que tem causado doença respiratória pelo agente coronavírus, com casos recentemente registrados na China. De acordo com o Ministério da Saúde, os coronavírus são uma grande família viral, conhecidos desde meados de 1960, que causam infecções respiratórias em seres humanos e em animais. Geralmente, infecções por coronavírus causam doenças respiratórias leves a moderadas, semelhantes a um resfriado comum. Alguns coronavírus podem causar doenças graves com impacto importante em termos de saúde pública, como a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), identificada em 2002 e a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS), identificada em 2012.
Transmissão
A disseminação de pessoa para pessoa, ou seja, a contaminação por contato, é confirmada como um dos motivos de possível transmissão. Contato pessoal com secreções contaminadas, como: gotículas de saliva; espirro; tosse; catarro; contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão; contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos e transmissão dos coronavírus pelo ar também costumam ocorrer.
Infectados no Brasil
Na semana passada, o Ministério da Saúde implementou um Centro de Operações de Emergência (COE) – Coronavírus, que tem como objetivo instruir a rede pública de saúde brasileira para o atendimento de possíveis casos no país. O alerta vermelho se acendeu após a Secretaria de Saúde de Minas Gerais anunciar um caso suspeito do vírus no estado. Esse caso foi descartado pelo Ministério como um caso da doença.
Na última semana, cinco estados, mais o Distrito Federal, notificaram suspeitas de infecção pelo vírus, mas todas elas não correspondiam com os critérios da OMS e, portanto, também foram descartadas. O mais recente caso de suspeita foi anunciado hoje por Mandetta. O ministro confirmou que a pasta está analisando um possível caso de uma estudante brasileira que esteve na cidade chinesa de Wuhan, e voltou para Belo Horizonte (MG), onde está isolada e realizando testes para confirmar se foi infectada. Segundo Mandetta, os resultados podem sair ainda no fim desta semana.
O ministro afirmou que a pasta recebeu mais de 7 mil rumores sobre possíveis casos de coronavírus no Brasil, dos quais somente 127 exigiram a verificação se eles estavam dentro de padrão do vírus. Ele disse também que, pelo grande trânsito de pessoas entre Brasil e China, existe a probabilidade de o Brasil ter casos da doença.
Na noite de hoje, o Ministério deu outro alerta de que mais dois casos estão sendo investigados como suspeitos do novo coronavírus. Desta vez em Porto Alegre e Curitiba. De acordo com o órgão, os pacientes se enquadram na definição de casos suspeitos da doença, por apresentarem sintomas como febre, tosse e dificuldade de respirar. Além de terem viajado nos últimos 14 dias para a China. O Ministério também afirma que os três casos estão sendo monitorados.
Novas medidas
O Ministério da Saúde também anunciou hoje que vai mudar as regras de monitoramento de possíveis portadores de coronavírus, para incluir todos aqueles que vieram da China. Até o momento, a pasta estava monitorando somente os que vieram da cidade de Wuhan. A mudança segue orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS).
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