Sylvio Costa |
Várias limitações podem ser imputadas ao levantamento que o Congresso em Foco publica hoje e amanhã. Em primeiro lugar, ele apenas reproduz aquilo que o candidato declarou – somente o prefeito ou vice-prefeito eleito é responsável pela veracidade das informações. Em segundo lugar, não compreende bens colocados em nome de terceiros (filhos, parentes etc.), prática reconhecidamente comum entre integrantes da plutocracia brasileira. Outro ponto fundamental é que o trabalho não permite comprovar nada de irregular. Um político que seja sócio de uma empresa rentável – ou que tenha, digamos, recebido uma herança – pode ter, no intervalo de quatro anos, uma variação patrimonial extraordinária sem ter cometido nenhuma ilegalidade. O fato de uma pessoa, seja ela parlamentar ou não, enriquecer ou ter um gordo patrimônio não pode, por si só, caracterizar má conduta. Sendo assim, ficam no ar duas perguntas: por que sair à cata de informações tão difíceis de obter? E por que divulgá-las? Uma só razão justifica o admirável esforço de reportagem feito pelo jornalista Tarciso Nascimento e a publicação desta reportagem. Nós, do Congresso em Foco, entendemos que é sempre útil dar a conhecer informações econômicas relativas àqueles que exercem mandato popular. Seja para que a população possa conhecer a situação financeira e os eventuais vínculos empresariais dos políticos, seja para que os eleitores possam fiscalizar sua futura evolução patrimonial. |
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