Acontecem coisas surrealistas com as operadoras de tevê a cabo, internet e telefonia, a começar do atendimento ao cliente. Minha assinatura inclui o pacote completo – telefone, tevê e internet –, mas só este mês fiquei sem sinal por duas vezes em todos estes serviços e, se não tivesse celular, estaria perdida. Na terça-feira, aconteceu de novo. Seguinte: pela manhã houve uma queda de energia no condomínio onde moro e todos os condôminos, assinantes da referida operadora, ficaram na mão.
Há na caixa de força do edifício um dispositivo da empresa que sofreu pane ou algo assim, contudo este só pode ser aberto por um técnico da operadora em questão cujo GRANDE SERVIÇO seria apenas ligar uma chave ou fio ou rebimboca do gênero ou, quando muito, substituir a tal chave ou fio ou rebimboca qualquer, em caso de dano permanente.
Ligamos para a empresa, mas esta informou que “todos os técnicos já estavam ocupados e só poderia agendar uma visita para o dia seguinte”, e estamos conversados. Até lá, nós que nos fodêssemos sem internet, telefone e televisão.
Ponderei que o prédio fica em lugar central – confluência de Vila Mariana, Aclimação, Cambuci e Paraíso – e que eu considerava materialmente improvável não ter nenhum técnico nas imediações pra nos dar atendimento, o qual, repito, seria simples, rápido, fácil, como já exaustivamente explicado, bastando um pouco de boa vontade e considerando o prejuízo de tantos assinantes. Afinal, era só abrir a porra da tal caixinha localizada no saguão do prédio (com serviço de portaria durante 24 horas) e ligar a porra do dispositivo.
Mas o telemarketing de plantão – que se recusou dar o nome, CPF e RG – mesmo como representante da empresa (enquanto nós, consumidores, temos que lhes fornecer até o número da calcinha se pedido), só falava em ordens de serviço, agendamento, procedimentos da empresa, o caralho – e nós que nos fodêssemos, é claro.
Daí me ocorreu lembrar ao telemarketing sem nome: Engraçado, a polícia deve ser tecnologicamente muitíssimo mais avançada do que vocês, pois é o único serviço que, quando chamado, vem imediatamente!(pela primeira vez, a voz se calou, num silêncio constrangido).
Idem o Corpo de Bombeiros, cujo serviço de resgate, pelo fato de atender rapidamente aos chamados (sem perguntas e procedimentos idiotas), recentemente evitou que um amigo meu morresse de ataque fulminante do coração, enquanto seu Plano de Saúde – pago há séculos e os olhos da cara – não só lhe negou ambulância, como quase o matou por negligência, devido ao “brilhante” diagnóstico do autista de plantão no PS (um carinha que aparentava ter uns treze anos no máximo – de idade física e mental – provavelmente “formado” em alguma “Unisquina”, dessas que abundam atualmente, tipo ensino à distância e diploma de pós-graduação por telefone) com crachá de “médico” na lapela: inferindo que tudo que ele tinha não passava duma “crise de estafa”, deu-lhe alta do PS, mandando-o “apenas repousar”, prescrevendo-lhe, de passagem, “Melhoral Infantil”.
A propósito: 36 horas antes de minha mãe morrer no hospital de seu plano de saúde, ela recebeu alta duas vezes, dada por dois médicos diferentes. Para vocês imaginarem a quantas anda a competência inspirada na mais genuína covardia dos médicos atuais – capazes de tudo, literalmente tudo para: 1) puxarem o saco da Empresa e do Dono do Plano, um bilhardário filha-da-puta, que está pouco se lixando para o resto da humanidade, para: a) torná-lo cada vez mais rico; b) manterem os respectivos empregos; c) e o paciente que se foda.
O último, que se disse gastroenterologista, ao dar-lhe alta na manhã anterior à sua morte (causada principalmente por uma trombose intestinal), “recomendou” que ela poderia fazer a colonoscopia “uma outra hora”.
Quando? Se na manhã seguinte, ela não passava de pó no Crematório de Vila Alpina?
Oremos. Com fé. MUITA FÉ. Se o problema for com operadoras ou planos de saúde.
Já pra polícia (ou o Corpo de Bombeiros) é só telefonar.
A propósito: eu gostaria de cobrar – sim, cobrar – da Presidente Dilma, de quem fui eleitora e apoiei com entusiasmo a campanha (tomo minhas colunas da época como testemunho!), providências a respeito de tais questões que afetam direta e irrevogavelmente o cidadão comum, mas diante das quais ele se sente impotente! (daí a razão de recorrer à Presidente). Antes que ela se torne de vez Gerente do Brasil e a nossa versão da Lady de Ferro, abrindo mão – duma vez e definitivamente – do seu lado humano. O único que importa. O único que conta.
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