Humberto Azevedo* |
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, além de estar servindo para que o capital internacional continue sempre a ganhar, servirá também para decretar o fim do petismo. Em nenhum momento da história republicana do Brasil, um movimento político atingiu apogeu e queda em prazo tão curto. O petismo no poder é tão frágil e sem consistência que até o defunto político do mister lord Fernando Henrique Cardoso ganhou força para disputar as eleições em 2006. A incompetência ampla e irrestrita do governo Lula é tamanha que chega a deixar a oposição (PSDB-PFL) perplexa. Tucanos e pefelistas, que nunca tinham passado pela experiência oposicionista, viram-se sem método de ação para combater um desgoverno que, de tão ruim, proporciona oposição dentro do próprio governo. O caso da CPI dos Correios é mais um exemplo de como os detentores do poder não sabem o que querem. Uma CPI que irá investigar um aliado, e não o próprio governo, que tudo teria para acabar em pizza, ganhou holofotes proporcionados pelo próprio governo, que se ofende com qualquer ataque. A CPI que investigará supostos casos de fraude e corrupção que chegariam até o presidente do PTB, deputado Roberto Jefferson (RJ), ex-líder da tropa de choque de Fernando Collor, tornar-se-á um circo anti-governo por culpa extensiva da má gerência do próprio Planalto em administrar suas crises. Afinal, é impressionante a capacidade deste governo Lula de gerar crises onde não existem crises. Uma das últimas declarações do presidente Lula sobre a parcimônia do brasileiro em não “levantar o traseiro da cadeira para procurar outros bancos que possuam juros menores” foi de tão mau gosto que chegou a empatar com a triste frase do “príncipe da moeda”, que chamou os aposentados de vagabundos. Realmente, devo concordar com o presidente Lula que o brasileiro é muito paciente, mas, é paciente mesmo por aceitar que governos corruptos e incompetentes administrem suas vidas. Reclamar que o brasileiro – povo tão acolhedor – não faz a sua parte para pagar juros menores é uma triste e hilária piada. Se o presidente Lula baixasse os juros, em vez de reclamar da parcimônia do brasileiro, que é muito boa para o seu governo, ajudaria muito mais o seu povo. Fico imaginando um presidente argentino ter a mesma infelicidade que o nosso ao proferir aquelas palavras. O “panelaço” nas ruas de Buenos Aires seria tão colossal que, em cadeia de rádio e TV, o presidente teria que pedir desculpas pela infeliz frase. A política econômica do país haveria de mudar, ou então, mudar-se-ia o governo. Em vez de agradecer ao povo brasileiro pela sua costumeira paciência, o governo Lula provoca o seu povo, atacando o que seria uma de suas virtudes ou um de seus defeitos. Virtude, porque não vamos à guerra e agüentamos firmemente nossos sofrimentos. Defeito, porque aceitamos que governos corruptos e incompetentes tomem atitudes que só nos prejudicam. Dessa maneira, posso afirmar que em 2006 o petismo terá sua história findada. O governo do presidente Lula – que poderia entrar para a história como nacionalista, independente, capaz de gerar revoluções nas áreas da educação, tecnologia e de sucumbir com as enormes diferenças entre ricos e pobres – será lembrado como um governo corrupto, incompetente, submisso aos interesses estrangeiros e que aumentou ainda mais o abismo que separa os afortunados dos desafortunados. Por tudo isso, em 2006, o petismo se extinguirá. (*) É jornalista formado pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Eugênio Paccielli, de Pouso Alegre (MG), e tem passagem pelos jornais Diário de Pouso Alegre e Minas do Sul.
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