Nas últimas semanashouve “fogo cerrado” contra Gleisi Hoffmann. Segundo o portal Poder360, em entrevista, Gleisi declarou que para prender Lula, “vai ter que prender muita gente, mais do que isso, vai ter que matar gente. Aí, vai ter que matar”.
Cobrada sobre esta declaração, posteriormente, Gleisi declarou ser “força de expressão”. Não entrarei no mérito sobre a declaração, mas comentarei o comportamento das empresas privadasde comunicação, seus asseclas e de onde está partindo a violência.
O deputado Jair Bolsonaro – não vou adjetivá-lo, não que me faltem adjetivos para descrever o péssimo caráter deste homem, mas sim para deixar que cada um dos parcos leitores e parcas leitoras que tenho, o faça – vive pregando a violência e o ódio. No entanto, os homens a as mulheres de “bem”, em geral e da imprensa privada em especial, se calam.
Em novembro passado, em cima de um caminhão em Vitória (ES), o deputado discursou: “Quero que matem esses vagabundos do MST”.
Não tenho procuração para a defesa, mas os que atuam e militam com o MST são homens e mulheres que trabalham e, muito, na roça. Trabalho penoso. Trabalho que o deputado fascista não suportaria por dois dias seguidos.
O deputado prega o assassinato e não a luta, que pode levar à morte, em defesa da democracia, como entendi a fala da senadora Gleisi.
No dia do discurso, o deputado estava filiado ao PSC – Partido Social Cristão. Filiou-se e quase que concomitantemente foi batizado no Rio Jordão.
Qual foi a reação dos cristãos em geral e, em especial, os de sua igreja? Qual foi a reação do pastor Everaldo, que o batizou? E dos demais deputados-pastores? Ficaram em silêncio. O silêncio, no caso, significa que concordam com a pregação do deputado.
A mesma imprensa e os mesmos cidadãos e cidadãs que condenaram a fala de Gleisi não condenam as ações e discursos violentos de deputados (como Bolsonaro), de juízes ou as ações violentas do desgoverno Temer. As políticas e as decisões tomadas pelos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário já estão matando, e muito.
Todos os dias há explicitamente o assassinato de pessoas. Também assassinam sonhos.
Milhares de brasileiros e brasileiras sonhavam entrar em uma faculdade, concluir um curso, ter um emprego digno e se aposentar. Sob a égide dos golpistas, isto não é possível de ser conquistado por todos e todas.
Desde o inicio da construção do golpe que depôs Dilma, os trabalhadores e trabalhadoras estão sendo roubados de seus direitos e dia a dia se aprofunda mais um massacre sobre a classe trabalhadora. E os que comandam os três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) são responsáveis.O Brasil anda triste. O Brasil não é mais respeitado no exterior. Os brasileiros e brasileiras estão morrendo nas portas dos hospitais e centros de saúde. Os brasileiros e brasileiras estão sem esperança.
A retomada da soberania nacional, do respeito internacional e da esperança passa pelo direito de Lula ser candidato. Foi nesta concepção, de defesa da democracia e do direito de o povo voltar a sonhar, que a Gleisi proferiu a frase.
Achavam os juízes, a mídia e a maioria dos parlamentares que bastaria derrubar Dilma e condenar Lula e que tudo estaria resolvido. Os fascistas, dentro e fora do poder de Estado e o grande capital não contavam com a resistência popular. A resistência está os levando a cometer mais e mais ameaças e abusos. Mais e mais crimes.
O juiz Marcelo Bretas faz pose de matador ao ser fotografado portando uma arma pesada. Pior, ele posa ao lado de um cartaz reproduzindo a parte superior do corpo humano, com as marcas onde deve atirar.
Marcelo Bretas e Sérgio Moro, dois juízes, entre outros, fascistas que a mídia igualmente fascista defende. Incitam a violência e praticam a humilhação.
Jamais defenderei qualquer corrupto, mas é inadmissível o que foi feito com Sérgio Cabral, acorrentado para ser humilhado. O que eles fazem prova que a lei não é igual para todos.
Assim como a lei não é igual para todos, a critica também não é. Atos muito mais graves de incitação à violência são feitos diariamente por várias autoridades e pela mídia, mas a mão pesada só caiu sobre Gleisi.
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