O Estado de S. Paulo
Ibope: Lula supera Dilma em votos
Intenção de voto na presidente caiu de 58% para 30% em quatro meses; ex-presidente seria o candidato do PT mais competitivo
Pesquisa nacional Ibope feita em parceria com o Estado mostra que Lula seria até 37% mais forte do que Dilma Rousseff como candidato do PT à Presidência. Lula teria 11 pontos a mais do que Dilma em um dos cenários pesquisados, com quatro candidatos, entre quinta-feira e domingo passados. Dilma tem 30% das intenções de voto estimuladas, contra 22% de Marina Silva (sem partido), 13% de Aécio Neves (PSDB) e 5% de Eduardo Campos (PSB). Lula teria 41% e os mesmos adversários, respectivamente, 18%, 12% e 3%. A vantagem petista em relação a Marina Silva seria de 8 pontos com Dilma como candidata, e de 23 pontos com Lula. Num segundo turno haveria empate técnico entre Dilma (35%) e Marina (34%). A margem de erro é de dois pontos.
Ibope: Lula é hoje 37% mais forte que Dilma em disputa para a Presidência
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seria até 37% mais forte do que a presidente Dilma Rousseff como candidato do PT à Presidência se a eleição fosse hoje, Isso porque Lula teria 11 pontos percentuais a mais do que Dilma em um dos cenários testados pela pesquisa nacional Ibope, feita em parceria com o Estado entre quinta-feira e domingo passados.
No cenário estimulado com quatro candidatos à Presidência, Dilma tem 30% das intenções de voto, contra 22% de Marina Silva (sem partido), 13% de Aécio Neves (PSDB) e 5% de Eduardo Campos (PSB). Caso o PT decidisse substituir a candidatura de Dilma pela do ex-presidente, contra os mesmos adversários, Lula chegaria a 41%, e os adversários ficariam, respectivamente, com 18%, 12% e 3%. Por comparação, a intenção de votos de Lula é 37% maior que a de Dilma Rousseff.
Nesse cenário, a vantagem do candidato do governo/PT em relação à segunda colocada, Marina Silva, seria de apenas 8 pontos com Dilma como candidata, e de 23 pontos com Lula na disputa. Segundo reportagem do Estado publicada ontem, o ex-presidente disse a petistas que é “burrice” segmentos do partido falarem em “Volta, Lula”.
Em um outro cenário, com cinco candidatos à Presidência, Dilma fica com 29% das intenções de voto, contra 21% de Marina e 12% de Aécio. Os três perdem um ponto porcentual com a entrada no páreo do presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa. O magistrado chega a 6%, contra 5% de Eduardo Campos.
Nesse segundo cenário, trocando-se Dilma por Lula, o candidato do PT cresce dez pontos e chega a 39%. Marina cai para 17%, Aécio permanece com 12%, Barbosa fica com 6%, e Campos cai a 3%.
Presidente empata com Marina no segundo turno
A ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva (sem partido) é a maior beneficiada pela perda de popularidade da presidente Dilma Rousseff (PT) após o início da onda de protestos de rua em junho. Na simulação de segundo turno entre as duas feita pelo instituto Ibope, elas aparecem tecnicamente empatadas: a petista tem 35% contra 34% de Marina Silva. A margem de erro máxima da pesquisa é de dois pontos porcentuais, para mais ou para menos.
Outros 19% dizem que, nesse cenário de segundo turno, anulariam ou votariam em branco. E os 13% restantes não souberam ou não quiseram responder. A alta taxa de branco/nulo é mais um indicativo do descontentamento do eleitor com os políticos.
Aécio. Apenas Marina consegue empatar com Dilma nas simulações de segundo turno pesquisadas pelo Ibope. No confronto dois a dois contra Aécio Neves (PSDB), a presidente leva 12 pontos de vantagem: 38% a 26%. A taxa de branco/nulo, porém, sobe de 19% para 24% nesse cenário, mostrando que parte dos eleitores que votariam em Marina preferem anular a votar no tucano.
Ex-ministra só não vence na região Nordeste do País
No cenário de segundo turno em que a presidente Dilma Rousseff e Marina Silva (sem partido) ficam em empate técnico, a ex-ministra venceria a petista na disputa em todas as regiões do País com exceção do Nordeste. Entre os nordestinos, Dilma ganharia de Marina por 54% a 25%. Nas regiões Sudeste e Sul, Marina venceria a petista com 10 e 11 pontos porcentuais de folga, respectivamente. No Norte e Centro Oeste, a ex-ministra e ex-senadora teria vantagem de 5 pontos porcentuais sobre Dilma.
Dilma se esquiva de protesto e adapta slogan de campanha
Dilma Rousseff foi alvo de protestos de índios, médicos e até bombeiros ontem em Fortaleza. A presidente, porém, não se deparou com, os manifestantes da superfície, já que foi e voltou de metro, em via subterrânea, às duas estações que iria inaugurar. Tietada do lado de dentro, discursou: “Democracia exige sempre mais democracia, direitos sociais exigem mais direitos sociais. Tudo que fomos capazes de conquistar vai abrir caminho para querer sempre mais”. O “querer mais” é um slogan usado desde antes das manifestações de junho, que derrubaram sua popularidade. Foi o mote, por exemplo, do programa partidário do PT na TV que foi ao ar em maio. Do lado de fora, um grupo de indígenas que exigia a demarcação de terras foi reforçado por estudantes, bombeiros e jovens mascarados. Garros de reportagem foram pichados, mas não houve registros mais graves de violência. Em uma praça próxima, outra manifestação reuniu cerca de 200 médicos. No ato, organizado pelo Sindicato dos Médicos do Ceará, viam-se cartazes pedindo “Fora, Dilma” e “Fora, Padilha”, o ministro da Saúde.
Condenados no mensalão vão deixar direção do PT
Condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no processo do mensalão, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e os deputados José Genoino e João Paulo Cunha não integrarão mais o Diretório Nacional do PT, a partir de 2014. O nome dos três foi excluído pela corrente Construindo um Novo Brasil (CNB) da chapa que apoia a reeleição do presidente do PT, Rui Falcão. “Eu não tenho preocupação em sair da chapa, mesmo porque não queria estar na direção desde que deixei a presidência do PT. Nunca reivindiquei nada e acho isso absolutamente normal”, afirmou Genoino. Dirceu e João Paulo não se manifestaram.
A decisão de tirar Dirceu, Cunha e Genoino da cúpula do PT foi tomada depois que o Supremo decidiu pela punição.
Embora o PT tenha considerado o julgamento “político” e manifestado apoio público a seus réus, mantendo-os no comando partidário – na contramão do estatuto a avaliação foi de que agora eles não tinham mais condições de entrar na chapa. No segundo semestre o Supremo julgará os recursos apresentados pela defesa dos réus e, se as condenações forem mantidas, todos podem ser presos.
Adversários têm medo de reeleição, afirma Lula
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que não há ninguém mais qualificado para comandar o País do que sua sucessora, Dilma Rousseff, e acusou os partidos que agora defendem o fim de reeleição de ter a “medo” que ela vença as eleições do ano que vem. O aliado PMDB e o oposicionista PSDB pediram o fim da reeleição nas últimas semanas.
No discurso que fez durante evento na Universidade Federal do ABC, em São Bernardo do Campo, Lula centrou fogo nos adversários tucanos, lembrando que foram eles que mudaram a lei a fim de que Fernando Henrique Cardoso obtivesse dois mandatos consecutivos.
“Nós não tínhamos reeleição. Com medo de mim, até reduziram o mandato para quatro anos. Depois ganharam e aprovaram a reeleição. Agora eles querem acabar com medo da Dilma se reeleger?”, afirmou o ex-presidente. Acho que quatro anos de mandato, para alguém fazer alguma obra neste País, é quase que impossível.”
‘Canalhas e imbecis espalham boato sobre câncer na internet’
Luiz Inácio Lula da Silva desmentiu ontem os boatos que circulam na internet sobre a volta do câncer do qual está curado desde o ano passado. O ex-presidente chamou de “canalhas” e “imbecis” as pessoas que espalharam os rumores e afirmou que estão fazendo “vandalismo na internet”. Ele tratou do tema no final da conferência da qual participou ontem.em São Bernardo. Pediu a palavra para dizer: “Não tenho câncer, não quero ter câncer e não vou ter câncer”.
Para Serra, possibilidade de deixar o PSDB é ‘especulação’
O ex-governador José Serra (PSDB) afirmou ontem que não pretende deixar o PSDB e se disse “surpreso com as especulações sobre suposta ida para o ” PPS, do ex-senador Roberto Freire”7. “Não tenho lido jornais, mas fiquei surpreso com as notícias que chegaram a mim. Não sei quem falou que estou saindo do PSDB. Não sei de onde vieram essas especulações”, declarou Serra, que proferiu a palestra o desenvolvimento do País ontem à noite no Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), em Bauru.
Serra inicialmente disse que não falaria sobre política partidária, mas no fim deixou escapar que não conversou com o ex-prefeito Gilberto Kassab sobre possível aliança com o PSD. “Não conversei”, afirmou. “Ainda é cedo para essas especulações, deixa para o ano que vem”, completou. O ex-governador disse que está havendo uma antecipação de campanha por parte do PT por causa do momento de convulsão da sociedade, da crise econômica e da queda de popularidade da presidente Dilma Rousseff, provável candidata à reeleição em 2014.
PMDB tenta expor governo com pegadinha, diz Campos
O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), disse ontem que o PMDB “tenta se aproveitar da fragilidade de um momento delicado como o que passa o País para expor ainda mais um governo que ajudou a construir e do qual é aliado”.
“Tem gente que prefere expor ainda mais, fragilizar ainda mais quando tem uma oportunidade”, afirmou Campos, depois de uma reunião de três horas com a bancada do PSB, no Recife. Presidente nacional do partido, que também é aliado do governo, ele criticou a proposta peemedebista de reduzir o número de ministérios de 39 para 25, “Não precisamos deste tipo de observações para nos aproximar do que preocupa as ruas”, afirmou. “Preferimos ficar com questões de conteúdo, como preocupações com a economia”, disse.
“Não queremos 2013 perdido, isso não serve ao povo brasileiro”, afirmou. “Não vamos fazer a velha política, da pegadinha, do constrangimento.”
Base quer derrubar veto de Dilma fundo estadual
Pressionados por prefeitos e vivendo uma relação de desgastes com o Palácio do Planalto, parlamentares da base aliada se preparam para derrubar em agosto o veto parcial da presidente Diluía Rousseff à nova lei de redistribuição de recursos do Fundo de Participação dos Estados (FPE).
A parte vetada pela presidente, ao sancionar anteontem a nova lei do FPE, é a que obrigava a União a arcar sozinha com as desonerações do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), por exemplo, para o setor automobilístico, sem dividir a redução nas arrecadações com os municípios, corno tem acontecido até agora.
“(O veto cai) com tranquilidade, de capote”, reagiu o líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ). “O governo pode desonerar, mas dentro do que couber na receita da União”, reforçou o deputado Arthur Lira (AL), líder do outro aliado, o PP. “É um veto muito difícil de ser mantido”, profetizou o líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM).
80 convidados :: Alves paga ‘jantar de trabalho’ de R$ 28 mil
A presidência da Câmara dos Deputados gastou R$ 28,4 mil para bancar despesas de um jantar com 80 pessoas oferecido pelo presidente da Casa, Henrique Alves (PMDB), a seus colegas de bancada na última terça-feira, em Brasília. No cardápio, camarão, presunto parma e queijos finos. A informação foi revelada pela ONG Contas Abertas. Procurados pelo Estado, outros dois buffets de Brasília informaram que cobram para um evento semelhante menos da metade do valor gasto pela Câmara.
Segundo a assessoria de Alves, o evento se destinava a debater os trabalhos legislativos, o que justificaria o uso de recursos da Casa. Um orçamento teria sido feito e contratado o serviço mais barato. Estiveram presentes no jantar o vice-presidente Michel Temer e os ministros Garibaldi Alves (Previdência) e Antonio Andrade (Agricultura).
Folha de S. Paulo
Intenção de voto em Dilma cai 28 pontos
A presidente Dilma Rousseff tem 30% das intenções de voto, segundo pesquisa Ibope/Estadão realizada de quinta a domingo da semana passada. Em pesquisa de março das mesmas instituições, ela tinha a preferência de 58% dos eleitores. A pesquisa tem margem de erro de dois pontos percentuais.
Ex-presidente afirma que está curado do câncer
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva usou o final de seu discurso na Universidade Federal do ABC, em São Bernardo do Campo (SP), para negar publicamente boatos disseminados em redes sociais de que estaria novamente com um câncer.
Ele chamou de “canalha” e “imbecil” quem divulga “essas mentiras”. “Tem muito boato de que eu estou com metástase. Disseram que eu vou no hospital Sírio Libanês de madrugada fazer tratamento, que estou indo escondido. Deixa eu falar uma coisa: se eu tivesse, eu jamais esconderia”, afirmou Lula.
‘Não neguem a política’, diz Lula a jovens
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez ontem sua manifestação mais contundente sobre os protestos que tomaram o país em junho. Num apelo contra o que chamou de “negação da política”, afirmou que, ainda que seja “colocada no ralo da podridão” em momentos de crise, não há “solução fora dela” na democracia.
“A pior coisa que pode acontecer no mundo é a gente aceitar a negação da política. Não existe nenhuma experiência em que a negação da política tenha um resultado melhor do que a podridão da política”, disse Lula, em palestra a estudantes na Universidade Federal do ABC, em São Bernardo do Campo (SP).
O ex-presidente falou por mais de uma hora e meia. Dirigiu-se aos estudantes de forma direta e bem humorada, e por diversas vezes usou palavrões para se expressar.
“Quando estiverem putos da vida, que não confiarem em ninguém: eu não gosto do Lula, eu não gosto da Dilma [Rousseff], eu não gosto do Marinho [Luiz Marinho, prefeito de São Bernardo do Campo]’, ainda assim, não neguem a política”, disse.
Dilma muda discurso sobre os boatos do Bolsa Família
Após ter afirmado que os boatos sobre o fim do programa Bolsa Família eram “criminosos e desumanos”, a presidente Dilma Rousseff disse ontem, em Fortaleza (CE), que “ninguém sabe direito” a causa da falsa notícia, que provocou corrida às agências da Caixa nos dias 18 e 19 de maio.
Na semana passada, a Polícia Federal concluiu inquérito sobre o caso afirmando que “fatores desassociados” provocaram a onda de boatos, dentre os quais a antecipação do calendário de pagamento do programa pela Caixa.
Questionada em entrevista se o banco havia sido responsável por provocar os boatos, Dilma afirmou que “a avaliação da PF é no sentido de que as mudanças no processo levaram a uma situação que facilitou um movimento de corrida à Caixa”.
Ideli descarta corte no total de ministérios
A ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) disse ontem que não vê chances de a presidente Dilma Rousseff reduzir o número de ministérios, como defendeu em entrevista à Folha e ao UOL o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB).
Existem hoje 39 ministérios na estrutura do governo. Segundo Henrique Eduardo Alves, o PMDB apoiaria uma redução para 25 pastas.
Hoje o PMDB comanda cinco ministérios: Agricultura, Previdência Social, Turismo, Minas e Energia e Secretaria de Aviação Civil. O ministro da Previdência, Garibaldi Alves Filho, é primo do próprio Henrique Eduardo Alves.
“Eu não consigo vislumbrar nenhuma modificação na estrutura de governo feita pela presidente Dilma. Eu quero inclusive avaliar, quero perguntar melhor para o PMDB em que consiste essa proposta”, disse a ministra, que é a responsável oficial pela articulação política do governo com o Congresso.
O Globo
Lula descarta concorrer em 2014 e diz ter candidata extraordinária
No momento em que as pesquisas apontam queda na aprovação ao atual governo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva descartou ontem qualquer possibilidade de disputar as eleições presidenciais em 2014 no lugar da presidente Dilma Rousseff.
Em palestra, o líder petista elogiou a sua sucessora e a considerou uma “extraordinária candidata”. O mau desempenho da presidente nas intenções de voto tem fortalecido tanto no PT como no PMDB o clima de “volta, Lula”. Ontem, pesquisa Ibope, divulgada pelo site do jornal “O Estado de S.Paulo”, apontou queda de 28 pontos na popularidade da presidente e mostrou o seu antecessor como uma opção mais competitiva.
– As pessoas sabem que não adianta bater na porta. Eu acho que a companheira Dilma Rousseff é uma extraordinária presidenta, é uma extraordinária candidata. Eu dizia, quando era presidente, que tem de se julgar um governo pelos seus quatro anos de mandato. Eu tenho certeza de que ela tem feito tudo o que prometeu fazer e fará muito mais – afirmou, em palestra na Universidade Federal do ABC.
Dilma poupa Caixa por erro no Bolsa Família
A presidente Dilma Rousseff evitou responsabilizar a Caixa Econômica Federal (CEF) pelo boato sobre o fim do Bolsa Família, que em maio levou milhares de beneficiários às agências do banco e, na época, foi qualificado por ela como “desumano e criminoso”. A investigação da Polícia Federal apontou que a antecipação do pagamento pela CEF foi um dos fatores que causaram filas Brasil afora em pleno fim de semana.
Em sua retomada dos eventos de rua, para tentar reverter a queda na popularidade, Dilma presenciou ontem em Fortaleza, ao lado do governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), protestos de cerca de 500 pessoas, entre médicos e índios, ao participar da inauguração de uma linha de metrô. Depois, em evento que reuniu cerca de 2.400 beneficiários do Bolsa Família, foi aplaudida:
– A avaliação da Polícia Federal é no sentido de que as mudanças no processo levaram a uma situação que facilitou um certo movimento de corrida à Caixa. Agora, ninguém sabe direito, nem tampouco a Polícia Federal conseguiu detectar, a causa real.
Ela não conseguiu e deixou isso claro na avaliação. O que a investigação acha é que isso (a antecipação do pagamento) poderia ter contribuído, que isso é um dos fatores, mas não é uma explicação conclusiva – disse Dilma, em entrevista.
Veto do Planalto gera reação do Congresso
Nem o recesso branco acabou com os conflitos entre o Palácio do Planalto e o Congresso. Provocando a ira dos parlamentares, tanto aliados como de oposição, a presidente Dilma Rousseff sancionou ontem a lei que cria novas regras de distribuição do Fundo de Participação dos Estados (FPE), com um veto à proposta que protegia as receitas de estados e municípios da redução dos repasses nos casos de desonerações tributárias promovidas pela União. Essa medida fora apresentada pelo líder do DEM na Câmara, Ronaldo Caiado (GO), e aprovada por deputados e senadores de todos os partidos. Ontem, vários líderes avisaram que este deverá ser o primeiro veto a ser votado e derrubado pelo Congresso a partir de agosto, junto com os que tratam da Lei do Ato Médico.
A valores de hoje, o prejuízo de estados e municípios com as desonerações feitas pela União em 2012 seria de R$ 6,9 bilhões – dinheiro que deixou de ser repassado com os incentivos tributários aos setores automotivo e da linha branca de eletrodomésticos, por exemplo. A proposta vetada determinava que as desonerações fossem descontadas apenas da parcela da União relativa ao Imposto de Renda e ao Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). O FPE e o Fundo de Participação dos Municípios (FPM) são formados por 23% desses tributos.
Desperdício bilionário
Um estudo elaborado por analistas de finanças e controle da Secretaria do Tesouro Nacional, vinculada ao Ministério da Fazenda, estima que pelo menos 40% dos recursos gastos pelas prefeituras brasileiras no ensino fundamental são desperdiçados, seja por corrupção ou ineficiência da máquina pública.
Publicado na página do Tesouro na internet, com a ressalva de que expressa a opinião dos autores e não necessariamente a do órgão, o texto diz que os recursos disponíveis são mais do que suficientes para o cumprimento das metas do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Logo, o problema dos municípios seria a má gestão e não a falta de dinheiro.
De acordo com o levantamento, 4,9 mil municípios destinaram R$ 54 bilhões por ano ao ensino fundamental, no período de 2007 a 2009, sendo que R$ 21,9 bilhões teriam sido desperdiçados, na estimativa mais modesta.
MEC e especialistas criticam conclusões da pesquisa
Luiz Claudio Costa, presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão vinculado ao MEC, criticou ontem o texto publicado no site da Secretaria do Tesouro Nacional. Segundo ele, o principal erro é o da simplificação. Costa destacou que o estudo se propõe a medir a qualidade dos gastos municipais e o desperdício de dinheiro sem analisar variáveis como a relação do número de professores por aluno, a formação dos docentes, a inclusão de estudantes e as matrículas em escolas rurais, que impacta diretamente as despesas com transporte escolar.
Costa chamou a atenção para outro ponto que considera problemático: a natural demora para que investimentos em Educação se traduzam em melhores resultados no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Além disso, o texto toma como referência apenas o Ideb de 2009, sem comparar a evolução dos municípios.
Costa lembrou ainda que o Brasil figura entre os países com mais baixo investimento por aluno no último relatório da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), formada majoritariamente por nações desenvolvidas.
Governo aumenta rigor para o Mais Médicos
O Ministério da Saúde anunciou ontem que vai ser mais rigoroso com os médicos que se inscreverem no programa Mais Médicos. O objetivo é evitar fraudes e verificar se os inscritos estão realmente interessados em participar do programa. As medidas serão publicadas na edição de hoje do “Diário Oficial”. Também ontem, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, deu prazo de dez dias para que o governo se manifeste sobre ação direta de inconstitucionalidade (Adin) apresentada pelo deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), contrário ao programa.
Com as novas regras, todos os médicos que homologarem sua participação, mas não comparecerem no início das atividades ou desistirem do programa em até seis meses, vão ser excluídos. Eles vão poder se inscrever outra vez somente seis meses depois. Quem reincidir na prática será impedido em definitivo de participar do programa.
O ministério também anunciou que médicos que ocupam vagas de residência ou que participam do Programa de Valorização da Atenção Básica (Provab) terão de declarar, durante a inscrição, a disposição de desistir desses postos para aderir ao programa. Eles terão de entregar uma declaração impressa de seu desligamento da residência ou do Provab, emitida pela coordenação dos programas.
Câmara pagou R$ 28 mil para jantar da bancada do PMDB
O jantar que o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), promoveu na última terça-feira para a bancada de deputados do PMDB, ministros do partido e o vice-presidente Michel Temer custou R$ 28,4 mil aos cofres da Casa. O evento ocorreu na residência oficial da presidência da Câmara, e novos encontros como esse, com outras bancadas partidárias na Câmara, já estão programados. Essa é uma prática comum no Parlamento. Há um ano, no dia 10 de julho de 2012, o então presidente da Câmara Marco Maia (PT-RS) reuniu em um jantar na mesma residência oficial as bancadas do PT na Câmara e no Senado, e mais a presidente Dilma Rousseff, além de ministros do partido.
Segundo o site Contas Abertas, a nota de empenho emitida pela Câmara nesta semana especifica que o jantar seria servido para 80 pessoas, exatamente o número de deputados do PMDB, o que corresponde a R$ 355 por cabeça. No jantar de terça-feira, foi feita uma avaliação de que o ambiente político está ruim e que a presidente Dilma Rousseff precisa realizar uma reforma ministerial com urgência.
Ideli ironiza proposta de reduzir ministérios
A sugestão do PMDB de reduzir o número atual de 39 ministérios evidenciou ainda mais as divergências entre o partido e o Palácio do Planalto. Citando o espaço ocupado pelo PMDB na Esplanada dos Ministérios, a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, descartou ontem a proposta e disse que vai procurar o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), para detalhar a sugestão do partido. O líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), disse que o partido não aceita o que considerou “ironia” de Ideli sobre os cargos dos peemedebistas no governo.
– Não consigo vislumbrar nenhuma modificação na estrutura de governo feita pela presidenta Dilma. Eu quero, inclusive, avaliar, quero perguntar melhor para o PMDB no que consiste essa proposta, porque eles ocupam seis ministérios. Eu vou perguntar para o Henrique, para ele detalhar essa proposta – disse a ministra da articulação política do governo, pela manhã.
Correio Braziliense
Câmara e Senado não vão usar jatos da FAB
A sombra das denúncias sobre o uso irregular de aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) e a necessidade de uma agenda positiva fizeram o Legislativo pensar duas vezes antes de fretar aeronaves para levar comitivas de parlamentares para receber o papa Francisco na abertura da Jornada Mundial da Juventude, na próxima semana. Na Câmara, o grupo de cerca de 30 deputados que acompanhará o presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), na recepção ao pontífice, no Rio de Janeiro, deverá viajar em aviões de carreira e custear as passagens com seus próprios recursos. A comitiva só se reunirá no Rio, para a cerimônia de chegada do papa.
Depois de utilizar uma aeronave da FAB para comparecer ao casamento da filha do líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), em 15 de junho, em Trancoso (BA), o presidente do Senado, Renan Calhei-ros (PMDB-AL), revogou a autorização que ele próprio havia dado para o envio de uma comitiva de 10 senadores para a recepção ao papa. Como viajariam em missão oficial, os senadores teriam direito a passagens fora da cota de exercício parlamentar e diárias de R$ 581. No início do mês, o senador chegou a dizer que não ressarciria os cofres públicos pelo uso da aeronave oficial para ir a um compromisso particular, mas mudou de ideia. Hoje, defende a divulgação de informações sobre voos de autoridades em aviões da FAB. De acordo com a assessoria de imprensa do Senado, não haverá uma comitiva oficial de parlamentares na solenidade de boas-vindas do papa nem mesmo com passagens custeadas pelos próprios congressistas.
Planalto
Também Dilma já foi alvo de questionamentos por conta de viagens. Em março, a comitiva presidencial gastou R$ 325 mil em hospedagens na Itália, na ocasião da posse do papa Francisco, em Roma. A presidente viaja para o Rio de Janeiro na segunda-feira no início da tarde. Lá, Dilma aguardará o pontífice no aeroporto do Galeão, para receber o chefe da Igreja Católica.
O papa deve chegar ao Rio às 16h e seguirá um longo protocolo ao desembarcar no Brasil. Francisco será recebido por um grupo de crianças antes de receber as boas-vindas da presidente, ainda no aeroporto. De lá, os dois partem em comboios distintos em direção ao Palácio da Guanabara, sede do governo estadual. Dilma vai de helicóptero. Já o papa utilizará um carro fechado no trajeto até o Palácio São Joaquim, de onde segue no papamóvel para o Palácio da Guanabara, onde será recebido oficialmente.
A nova cara do Brasil: Dilma dribla manifestação
Índios, médicos, policiais militares, bombeiros, evangélicos e até fuzileiros navais se uniram, na manhã de ontem, para protestar contra a presidente Dilma Rousseff. A manifestação ocorreu na cerimônia de inauguração da estação de metrô José de Alencar, na Avenida Tristão Gonçalves, no centro de Fortaleza. Dilma estava acompanhada do governador Cid Gomes (PSB-CE) e do ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro.
A presidente preferiu driblar os manifestantes. A estratégia para evitar o desgaste público foi embarcar em um estação anterior. Depois, seguiu de metrô até o local do evento. As pessoas que protestavam nem chegaram a vê-la. Durante o ato, houve apenas um pequeno princípio de tumulto. As grades metálicas de proteção colocadas para impedir a aproximação da manifestação foram empurradas. O Batalhão de Choque chegou ao local, mas não houve confronto. Apenas convidados tiveram acesso à cerimônia.
“Viva o protesto”, diz Lula
O ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva celebrou as passeatas e os atos que sacodem o Brasil desde junho. “Viva o protesto”, afirmou, ontem, durante palestra para estudantes da Universidade Federal do ABC (UFA-BC), em São Bernardo do Campo (SP). “De protesto em protesto, a gente vai consertando o telhado”, emendou. Na terça-feira, em artigo publicado no jornal The New York Times, o ex-presidente havia classificado as manifestações como “um tremendo desafio para os partidos e os líderes políticos”.
Lula também fez um pedido aos jovens: “Quando vocês estiverem p* da vida (…), ainda assim não neguem a política e muito menos os partidos. Ao invés de negar a política, entrem vocês na política”. Ele ainda estabeleceu um paralelo entre os atos e a trajetória que o levou do sindicalismo ao Palácio do Planalto. “De protesto em protesto, um dia vocês chegarão à Presidência da República”, garantiu.
PMDB é ironizado
No centro do fogo cruzado entre governo e partidos aliados, que trabalham por mudanças na articulação política do Palácio do Planalto, a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, rechaçou as especulações sobre uma possível reforma ministerial para os próximos meses. “Eu não consigo vislumbrar nenhuma modificação na estrutura de governo feita pela presidente Dilma (Rousseff)”, disse ontem a ministra.
A declaração de Ideli é uma resposta à bandeira levantada pelo PMDB pela redução no número de ministérios. O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), defende o corte de pastas como forma de enxugar a máquina pública. “Quero perguntar melhor para o PMDFS no que consiste essa proposta. Até porque, eles ocupam seis ministérios. Vou pedir para o Henrique detalhar essa proposta”, ironizou a ministra. Na Câmara, o líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), alimenta um movimento do partido para apresentar uma proposta de emenda constitucional que limite o número de ministérios em 14.
A investida do PMDB é uma reação à tentativa do governo de jogar sobre o Congresso parte da responsabilidade pela crise política. Ao propor os pactos da reforma política, da responsabilidade fiscal, e das melhorias na saude, na educação e na mobilidade urbana, a presidente unificou no governo o discurso de que o Planalto fez a própria parte na busca por respostas à população. Nas entrelinhas de cada discurso que a presidente faz em defesa dos pactos, lê-se que o que não der certo deve ser imputado na conta do Legislativo. Ao jogar de volta para o governo uma proposta de austeridade, Henrique Eduardo Alves também cobra ações do Executivo.
Fim do voto secreto na geladeira
Tratado publicamente como uma das prioridades da agenda positiva do Congresso Nacional, o fim do voto secreto para a cassação de mandatos deve passar o recesso branco dos parlamentares parado nas mãos de cinco partidos: PT, PMDB, PB PTB e PcdoB. As bancadas ainda não indicaram os membros para a comissão especial que analisará a matéria na Câmara dos Deputados. A demora para compor ocolegiado pode arrastar a tramitação da proposta de emenda à Constituição (PEC) para depois de agosto. Isso atenderia interesses de algumas legendas que trabalham, nos bastidores, para esfriar o tema e tentar tirá-lo da pauta.
É o caso dos principais partidos da base governista, o PT e o PMDB, que juntos somam seis dos 21 integrantes titulares da comissão especial. O líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), já declarou que a matéria não é prioridade do partido. Parte dos parlamentares acredita que, se o voto para a presidência das Casas fosse aberto, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) e Renan Calheiros (PMDB-AL) não estariam no comando da Câmara e do Senado, respectivamente. Na época da eleição, os dois foram alvo de denúncias e pressionados para desistir dos cargos. Renan recebeu abaixo-assinado com 1,6 milhão de signatários que pediram a sua renúncia.
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