Dentre as máquinas conhecidas, o corpo humano é uma das mais complexas e perfeitas: enquanto nos presta serviços, executa sua própria manutenção, substituindo partes gastas por células novas. O responsável por essa tarefa é o DNA, com seus genes e proteínas.
Apesar de sua divina perfeição, há situações em que o DNA produz células defeituosas, que dão origem a doenças. E quando a produção de componentes degenerados foge ao controle, temos a mais temida de todas: o câncer, que leva ao óbito se não for identificado e tratado em tempo. O primeiro tratamento óbvio – a cirurgia – consiste na remoção do tumor (bloco de células defeituosas). Essa terapia agressiva elimina tecido sadio, juntamente com tecido canceroso, causando sérios inconvenientes e prejuízos funcionais ao corpo. Além disso, é ineficaz: em pouco tempo o tumor reaparece, porque a causa não foi removida. Foram identificados fatores que predispõem à doença, tais como ingerir gordura, fumar, o desgaste psicológico (estresse) da vida urbana etc. Difícil é convencer as pessoas predispostas, que vivem em ambiente adverso, a mudar seus hábitos de vida.
Novas terapias foram adotadas, como a quimioterapia e a radioterapia. Embora menos agressivas, apresentam efeitos colaterais indesejáveis e não curam a doença. Os avanços da engenharia genética permitiram compreender mecanismos que produzem diversas formas de câncer. Buscam-se meios de intervir de forma segura nesses mecanismos de modo a eliminar a doença pela raiz. Cada nova terapia tem sido defendida por um cientista e atacada pela comunidade médica (por conservadorismo auto-protetor ou inveja profissional) e pela indústria farmacêutica (que lucra com a terapia já aprovada). Em qualquer caso, só a experimentação em seres doentes pode decidir pela adoção ou rejeição da nova proposição.
A Terra é como um corpo. Os países são seus órgãos e a espécie humana é parte de seu DNA. Temos o poder para preservar indefinidamente a vida do planeta ou extingui-la em pouco tempo. A escolha é sua.
O gene G, que deveria produzir células Generosas, tem produzido grande quantidade de células Gananciosas. Isso deflagra sintomas como corrupção, injustiça, insegurança, miséria e violência, que caracterizam o câncer político. A doença acomete o país como um todo, assim como várias outras nações, e é capaz de levar ao óbito planetário. No caso do câncer político brasileiro (diferente do câncer político americano ou iraquiano), o único tratamento conhecido e aprovado (encarceramento ou mesmo a execução sumária de indivíduos degenerados) é óbvio e ineficaz como a cirurgia: balas perdidas eliminam pessoas inocentes. A extirpação de bandidos não impede a multiplicação do número de seus seguidores. Em pouco tempo surgem novas formações criminosas em outros pontos do organismo. Terapias auxiliares, como a criação de centros esportivos para crianças carentes e cursos profissionalizantes para apenados ajudam, mas não curam a sociedade enferma.
A página www.brasilzero.eti.br publica uma estratégia não-agressiva e inovadora de combate à temível doença. Fundamentada no amor, na tecnologia, e na criatividade, não elimina a necessidade de remover tumores já existentes, porém enfatiza a prevenção, tratando as causas genéticas da doença e criando condições para uma regeneração sadia da sociedade.
O tratamento começa com um rigoroso controle do estímulo que excita a ganância: o dinheiro. Continua com exercícios obrigatórios – baseados na filantropia de resultados –, os quais, aos poucos, convertem indivíduos gananciosos em pessoas sadias, generosas. Como terapia de apoio, usam-se doses maciças de redução da voracidade tributária (ganância governamental).
Para completar a cura e impedir a reincidência, receita-se:
a) a criação de tribunais populares que propiciem uma Justiça econômica, rápida e de boa qualidade;
b) a dispersão do poder decisório, de modo a reduzir a possibilidade de pactos escusos e decisões equivocadas; e
c) uma reorganização administrativa que permita o gerenciamento eficaz e eficiente dos recursos públicos.
O Brasil reúne as condições ideais para ser cobaia desta estratégia: está gravemente enfermo (embora se recuse a admitir) e possui as condições necessárias ao início do tratamento.
Você pode transformar o país em pioneiro da cura do câncer político, ou morrer junto com o resto do mundo. Qual a sua escolha?
* Raimundo Nonato Daniel Duarte, baiano de 66 anos, é capitão-de-corveta reformado da Marinha. Engenheiro eletrônico com mestrado no exterior em Ciência da Computação, é professor universitário e programador de computadores.
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