O meio ambiente sofre toda vez que se junta, no mesmo local, um público superior à capacidade da natureza de absorver os dejetos provocados por essa massificação humana. É assim que se dá a poluição. Por minha iniciativa, foi realizada audiência pública ordinária da Comissão de Meio Ambiente da Câmara dos Deputados, que discutiu a sustentabilidade ambiental da Copa do Mundo de 2014. O Brasil pode e deve fazer uma Copa verde.
Queremos mais. Nossa discussão é sobre como neutralizar a emissão de poluentes durante a Copa América (2011); Rio +20, o evento que comemorará os 20 anos da Eco 92, no Rio de Janeiro (2012); Copa das Confederações (2013); Copa do Mundo (2014) e Olimpíada do Rio (2016).
A neutrocarbonização, como é tecnicamente chamada, é feita com a plantação de árvores nativas em áreas de reflorestamento, de acordo com cálculos sobre o impacto de gases, especialmente o dióxido de carbono (CO2), emitidos na natureza por provocação destes eventos.
Capital do único estado da Amazônia a sediar jogos da competição, Manaus tem uma abordagem especial e pode fazer a compensação ambiental simplesmente combatendo o desmatamento ou, melhor ainda, replantando espécies nativas para melhorar a sofrível arborização da cidade.
Na audiência pública, sob o tema Sustentabilidade Ambiental da Copa do Mundo de Futebol de 2014, a base das discussões foi o Projeto de Lei 7.421/10, que estabelece a obrigatoriedade da neutralização das emissões de gases de efeito estufa. Como relatora, na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, ofereci substitutivo aperfeiçoando o texto. Nada impede que Executivo e Legislativo façam uma aliança que permita às coisas andarem mais rapidamente e ofereça à sociedade um projeto viável.
O secretário de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, Eduardo Delgado Assad; o diretor de Políticas e Programas Temáticos do Ministério da Ciência e Tecnologia, Carlos Alfredo Joly; e o coordenador da Câmara Técnica de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Assessoria Especial de Futebol do Ministério do Esporte, Cláudio Langone, estiveram entre os presentes.
Surgem dúvidas e incertezas no caminho da Copa do Mundo. O anúncio de que Manaus está fora da Copa das Confederações e os problemas que emperram o início da construção do monotrilho ou do BRT ou dos dois juntos, em meu Estado, são evidentes contratempos. É assim mesmo. A sociedade vai precisar de um grande acordo para realizar esse evento e seus agentes estão cada vez mais atentos, o que é positivo para a democracia.
O Brasil não pode, porém, se dar ao luxo de retardar os preparativos que permitam oferecer tratamento impecável à questão ambiental durante esses grandes eventos que vai sediar. A neutrocarbonização é consenso nacional. Tenho lutado para que as discussões no Congresso avancem e abram caminho para uma ação preventiva e de alto nível.
É por aí que a Copa 2014 será um sucesso.
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