Os que não são idiótes (no sentido grego: os que se voltam para a vida privada menosprezando completamente a vida pública) jamais podem ignorar como a grande mídia mistifica a realidade e manipula a opinião pública.
Todos os grandes meios de comunicação têm, naturalmente, suas preferências – partidárias, eleitorais, ideológicas e, sobretudo, pecuniárias. Já sabemos que nas democracias venais contemporâneas o dinheiro deslavadamente gera poder e que o poder desavergonhadamente gera dinheiro. A mídia, na medida em que filtra e manipula conteúdos, apresenta-se como uma das pontes privilegiadas de ligação dessa política institucionalmente argentária.
O linguista e sociólogo Noam Chomsky, professor emérito do Massachusetts Institute of Technology (em Boston) e tido pelo New York Times como “o maior intelectual vivo”, catalogou as dez técnicas de mistificação e manipulação promovidas pela grande mídia [1]. Trata-se de um decálogo extremamente útil, especialmente para aqueles que bravamente desafiam a inexpugnável ignorância diária. Vejamos:
1. A estratégia da distração. É fundamental, para o grande lobby dos poderes, manter a atenção do público concentrada em temas de pouca relevância (programas banais de TV, por exemplo), fazendo com que o cidadão comum se interesse apenas por fatos insignificantes. A exagerada concentração em fatos da crônica policial, dramatizada e manipulada, faz parte desse jogo.
2. Princípio do “problema-solução do problema”. A partir de dados incompletos, incorretos ou manipulados, inventa-se um grande problema para causar certa reação no público, com o propósito de que seja este o mandante – ou solicitante – das medidas que se quer adotar (é preciso dar voz ao povo). Um exemplo: deixa-se a população totalmente ansiosa com a notícia da existência de uma epidemia mortal (febre aviária, por exemplo), criando um injustificado alarmismo com o objetivo de vender remédios que de outra forma seriam inutilizados.
3. A estratégia da gradualidade. Para fazer o povo aceitar uma medida inaceitável, basta aplicá-la e noticiá-la gradualmente, a conta-gotas, por anos – ou meses, ou dias – seguidos. É dessa maneira que se introduzem novas e duras condições socioeconômicas, em prejuízo da população. Tudo é feito e contado gradualmente, porque muitas mudanças juntas podem provocar uma revolução.
4. A estratégia do diferimento (adiamento). Um outro modo de fazer aceitar uma decisão impopular consiste em apresentá-la como “dolorosa e necessária”, alcançando-se momentaneamente sua aceitação, para uma aplicação futura (“piano piano si va lontano”, o equivale mais ou menos ao nosso “devagar se vai ao longe”).
5. Comunicar-se com o público como se falasse a uma criança. Quanto mais se pretende enganar o público, mais se tende a usar um tom infantil. Diversos programas ou conteúdos possuem essa conotação infantilizada. Por quê? Se nos comunicarmos com as pessoas como se elas tivessem 11 anos de idade, elas tendem a responder provavelmente sem nenhum senso crítico, como se tivessem mesmo 11 anos de idade (as crianças não conseguem fazer juízos abstratos).
6. Explorar a emotividade muito mais que estimular a reflexão. A emoção, com efeito, coloca de escanteio a parte racional do indivíduo, tornando-o facilmente influenciável, sugestionável. Essa é a grande técnica empregada pelo populismo demagogo punitivo.
7. Manter o público na ignorância e na mediocridade. Poucos conhecem, ainda que superficialmente, os resultados já validados das ciências (criminais, médicas, tecnológicas etc.). A manipulação fica facilitada quando o povo é mantido na ignorância; isso significa dizer não à escola de qualidade para todos.
8. Impor modelos de comportamento. Controlar indivíduos enquadrados e medíocres é muito mais fácil que gerir indivíduos pensantes. Os modelos impostos pela publicidade são funcionais para esse projeto.
9. A autoculpabilização. Todo discurso (midiática e religiosamente) é feito para fazer o indivíduo acreditar que ele mesmo é a única causa do seu próprio insucesso e da própria desgraça. Que o problema é individual e não tem nada a ver com o social. Dessa forma, ao contrário de se suscitar uma rebelião contra o sistema socioeconômico que marginaliza a maioria, o indivíduo se subestima, se desvaloriza, se torna depressivo e até se autoflagela (assim é a vida no “vale das lágrimas”). A culpa pelo desemprego, pelo não encontro de novo emprego, pelo baixo salário (neoescravizador), pelas condições deploráveis de trabalho, pelo insucesso escolar, pela precarização das relações trabalhistas, pela diminuição do salário-desemprego, pela redução das aposentadorias, pela mediocridade cultural, pela ausência de competitividade no mercado etc. é dele, exclusivamente dele, não do sistema.
10. Os meios de comunicação sabem mais de você que você mesmo. Eles conhecem nossas preferências, fazem sondagens e pesquisas, diagramam nossas inclinações políticas e ideológicas e, mais que isso, sabem como ninguém explorar nossas emoções (sobretudo as mais primitivas). Não se estimula quase nunca a reflexão. O sistema manipula e exerce um grande poder sobre o público, muito maior que aquele que o cidadão exerce sobre ele mesmo.
Faça bom uso deste decálogo.
[1] CHOMSKY, Noam. “Ecco 10 modi per capire tutte le bugie che ci raccontano”, em Latinoamerica e tutti i sud del mondo, números 128/130. Roma: GME Produzioni, 2014/2015, páginas 146-147.
O Lula usa a manipulação, massageando o ego das pessoas pobres, e eles não percebem que apesar de falar tanto em ajudar os pobres, de vez da condição de pobres, estão na condição de miseráveis. Suas falácias apenas engana, e assim fazem os políticos, quando das eleições, são os salvadores da pátria, depois das eleições não lembra dos eleitores, e passam a só governar para eles próprios. Usam a mídia, que não tem o critério nem compromisso com a notícia verdadeira , e muitas dão seu aval, apenas para poder receber benefícios e dinheiro. Quando o brasileiro aprender a peneirar as informações, e usar a sua capacidade de pensar, e procurar se informar, sem se deixar levar por opiniões sem fundamentos, o Brasil vai crescer, por causa de seu povo, que lutará pelos seus direitos.
Atualize-se, a TV aberta está à beira de sua morte. Programas de “pobre” como Eliana, Faustão, Gugu, Silvio Santos e entre outros estão sofrendo uma queda de audiência nunca antes vista. Sem contar as novelas também.
Agora, ao invés de pensarmos em cachorro quase morto, deveríamos concentrar nossos esforços estudando e refletindo sobre a capacidade da internet de mobilizar ideias.
Globo, SBT, Band, Record, Rede TV? Vão morrer sem dignidade e ninguém sentirá sua falta.
Estamos em 2018 e nada mudou, e, de certa forma, a internet também é palco para alienação e manipulação, tudo que se vê na tv é comentado na internet, além disso, quando se posta algo para por reflexão na cabeça das pessoas, no geral é em forma de texto e quem realmente deve ler, não lê ou apesar de ler, por ter uma opinião já formada ou manipulada, não concorda e defende o veementemente o seu ponto de vista, mesmo sem embasamento. Além de outras muitas coisas. É lógico que existe conteúdo bom para reflexão na internet, mas infelizmente a massa não procura e não quer saber.
Para evitar tudo listado acima , há um só mandamento : educação de qualidade para o povo.
Mas aí passa a ser um perigo para um determinado tipo de politica que se pratica no Brasil , cuja caracteristica principal é mentir , mentir muito , sem vergonhas , para ganhar as eleições .
Acabar com a educação pública já é um começo! O resto se resolve…
A pequena mídia chapa-branca de esquerda, do qual o Chomsky faz parte, e que se beneficia de “incentivos” sociais em prol da “democratização da mídia”, atualmente é a campeã em manipulação dessas “crianças”.
Instrumento muito usado no nazismo é empregado pela mídia brasileira com maestria.