Heitor Diniz*
A população da bela Curitiba viveu dias de grande expectativa nos dias que antecederam a chegada da seleção brasileira à cidade, onde treina antes do embarque para a África do Sul.
A discordância quanto a algumas escolhas de Dunga por grande parte dos torcedores não diminuiu a vontade de ver de perto aqueles que tentarão buscar o hexa, com estreia daqui a três semanas.
Da ansiedade e euforia iniciais, vem restando frustração e irritação. Tirando uns 400 sortudos que tiveram o privilégio de acompanhar vinte minutos do treino da última segunda-feira, ninguém consegue chegar sequer perto dos convocados de Dunga.
O isolamento não atinge apenas a torcida e a imprensa. Até os patrocinadores, que injetam mais de R$ 200 milhões à CBF (segundo informações da Folha de S.Paulo) não estão conseguindo acesso ao grupo, até mesmo para registrar a aparição de suas marcas.
Mas espere: eu disse que ninguém consegue chegar perto dos escolhidos de Dunga? Perdoe-me pelo erro de informação, caro leitor. Afinal, existe um brasileiro que não só terá acesso à seleção, como será visitado por ela. Quem poderia ser?
Lula, claro!
É isso mesmo. A última escala do Esquadrão da Coerência será no Planalto Central, para a solenidade do beija-mão oficial. De Curitiba, a seleção fará escala em Brasília, onde será recebida pelo presidente Lula, antes do embarque à Africa do Sul, em voo fretado.
Dizem as más línguas que parte da torcida do Corinthians está preocupada. O Timão recebeu a visita de Lula dias antes do jogo decisivo contra o Flamengo, válido pela Libertadores deste ano. Resultado: o time de melhor campanha na primeira fase da competição caiu logo nas oitavas-de-final.
Brincadeiras à parte, ao convocar os seus 23 jogadores, Dunga pediu que a torcida apoiasse a seleção e que ficasse ao lado dela, por amor à Pátria. É o que a torcida tem tentado. Sem muito sucesso por enquanto.
Gostemos ou não de Dunga ou de seus comandados, penso que estamos (quase) todos na torcida pelo hexa. Mas, em caso de fracasso, será que o Dunga vai querer colo na chegada, ou será que sairão todos pelos fundos de algum aeroporto, abrigados atrás dos vidros escuros do ônibus verde e amarelo?
Ah, sim. Daqui, do meu sofá, fico também com uma última curiosidade: levará Lula sua candidata-mochila Dilma ao encontro com a seleção?
*Heitor Diniz é jornalista de Belo Horizonte. Ele também pode ser encontrado em www.uai.com.br/cronicapolitica e em
www.twitter.com/heitordiniz
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